domingo, 21 de fevereiro de 2016

Hiperatividade



Frequentemente confundida com falta de educação, a hiperatividade, ou o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), afeta cerca de quatro milhões de pessoas - entre crianças e adultos - somente no Brasil. Tendo como características básicas a falta de persistência em atividades que requeiram atenção, fazer várias coisas ao mesmo tempo sem concluir alguma delas e desorganização, a doença compromete o desempenho profissional, afetivo e familiar de seus portadores. Mas atualmente ela já pode (e deve) ser tratada.

Quando uma criança não para quieta, anda de um lado para o outro, pula, sobe nos móveis, derruba tudo pela frente, espalha as roupas e os brinquedos, revira as gavetas, interrompe o professor a cada momento, não termina as lições, tem problemas de relacionamento com os colegas, responde impulsivamente, está sempre se esquecendo do que já aprendeu, geralmente conclui-se que é mal educada. Provavelmente é verdade, mas pode ser que sofra de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): 3% a 5% das crianças com menos de 7 anos têm a doença.

O problema, quando tratado, diminui na adolescência, mas há controvérsias quanto à persistência entre os adultos. Para alguns estudiosos, a proporção de crianças hiperativas que mantêm o distúrbio na idade adulta varia de 4% (Salvatore Mannuza) a 66% (Russel Barcley). O certo é que o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade compromete o desempenho profissional, afetivo e familiar dessas pessoas.

Agora, muita calma e atenção. Nem toda criança bagunceira, levada e desatenta é doente. Somente um exame clínico profundo, incluindo também suas condições de vida e sua história pessoal, permite a conclusão do diagnóstico. Em primeiro lugar, os sintomas precisam manifestar-se em dois ambientes distintos - geralmente em casa e na escola. E, dos comportamentos que caracterizam o problema, é necessário a observação de, no mínimo, oito deles durante seis meses seguidos. Observe se a criança:

- Fica frequentemente irrequieta com as mãos, os pés ou se remexendo muito na cadeira.
- Tem dificuldades de permanecer sentada quando alguém lhe pede que o faça.
- É facilmente distraída por estímulos exteriores.
- Tem dificuldade de esperar pela sua vez nos jogos ou em situações de grupo.
- Com frequência, dá respostas precipitadas antes mesmo de a pergunta terminar de ser feita.
- Tem dificuldade de seguir instruções(não como rebeldia ou falta de compreensão).
- Tem dificuldade de manter a atenção nas tarefas ou atividades de jogo.
- Alterna-se, frequentemente, de uma atividade não terminada para uma outra.
- Demonstra ter dificuldade de brincar silenciosamente.
- Frequentemente, a criança fala excessivamente.
- Quase sempre se intromete ou interrompe outras pessoas.
- Parece não ouvir o que a(s) pessoa(s) lhe diz(em).
- Perde os materiais necessários à realização de tarefas ou de atividades em casa ou na escola.

O TDAH é um dos distúrbios menos conhecidos pelos profissionais da área da educação e até mesmo entre os da saúde, provocando a demora do diagnóstico e do tratamento. Embora as suas causas não sejam totalmente conhecidas, a influência genética é demonstrada por estudos com famílias de portadores do transtorno. Provavelmente, vários genes de pequeno efeito determinam a vulnerabilidade do indivíduo.

Quase sempre o TDAH está associado a um risco significativamente maior de baixo desempenho escolar, repetência, expulsões e suspensões escolares, relações difíceis com familiares e com colegas, desenvolvimento de ansiedade, depressão, baixa autoestima, problemas de conduta e delinquência, experimentação e abuso de drogas, acidentes de carro e multas por excesso e velocidade.

Nos adolescentes, o problema maior é o uso de drogas. Não existe uma explicação para o fato, mas os estudos demonstram que o uso de drogas é maior entre os portadores de TDAH, na comparação com indivíduos sem o transtorno. E que o consumo de cocaína é comum entre eles, segundo Mario Louzã, coordenador do Projeto de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP.

"Sob a ação da droga ficam mais atentos, mais concentrados. Aí entra um aspecto interessante dessa doença: os estimulantes diminuem a hiperatividade e a desatenção, tanto que o tratamento é feito com medicação que contenha esse tipo de substância. Apesar de parecer paradoxal, atende ao que se supõe ser o mecanismo dela: a falta de uma ação inibitória do sistema nervoso central sobre algumas áreas. Portanto, quando se estimula a inibição, aumenta o controle da atenção, da atividade motora e da impulsividade", explica Louzã.

No Brasil existe só um medicamento com esse princípio ativo. É o metilfenidato, que age reduzindo os três sintomas básicos do TDAH - desatenção, hiperatividade e impulsividade. Os efeitos colaterais conhecidos são a diminuição do sono e do peso, além de dores de cabeça. Mas são passageiros e suportáveis, caso contrário a medicação é suspensa pelo médico. O remédio é eliminado do organismo em cerca de cinco horas.

Márcia Maria de Toledo, psicóloga da equipe multidisciplinar de pesquisas sobre o TDAH em crianças no Hospital das Clínicas da Unicamp, explica que o tratamento depende ainda da idade da criança. Em alguns casos, no entanto, a psicóloga acredita que o remédio seja imprescindível. "Mas ele tem de ser usado por pouco tempo, até a criança aprender a viver sem a medicação. O remédio só remove o sintoma", adverte.

O neurobiologista César de Moraes defende a necessidade do medicamento, independentemente de existir ou não acompanhamento. "Embora o ideal seja que a criança tenha um tratamento integral, com profissionais de diversas áreas atuando em conjunto, o risco de não tratar é muito maior que o risco de tratar somente com o medicamento. O metilfenidato, apesar de não curar, ajuda a melhorar os sintomas." De acordo com ele, metade das crianças leva o transtorno para a vida adulta.


Fonte: http://www.methodus.com.br/artigo/11/hiperatividade-doenca-ou-falta-de-educacao?.html

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A família com uma criança especial



A Organização Mundial da Saúde revela que 10% da população mundial é composta por pessoas com deficiências, a saber: mental (5%), física (2%), auditiva (1,5%), múltiplas deficiências (1%), e visual (0,5%).

Já no Brasil, das pessoas que têm deficiência, 4,1% têm deficiência física.

As dificuldades enfrentadas são inúmeras, principalmente se a família possui um padrão de vida considerado de baixa renda. Dentre eles, podemos destacar: redução da renda e dos contatos sociais, desequilíbrio emocional e estresse.

A situação socioeconômica da pessoa facilita ou dificulta o acesso ao tratamento, aquisição de órteses e próteses, cadeiras de rodas ou outros auxiliares de locomoção, como também a acessibilidade à escolarização e ao lazer. Quando a dificuldade financeira é um fator importante frequentemente a incapacidade do indivíduo se torna mais acentuada ainda.

O nascimento de uma criança especial traz nova realidade à família e antes de mais nada é um choque. Manifestam sentimentos de perda, negação, tristeza, resignação, revolta e têm que lidar com tudo isso, além de levar a vida adiante com as dificuldades futuras a enfrentar.

As famílias em geral acabam buscando meios de enfrentar e reagir à situação. Enfrentar significa fazer aquilo que é preciso, lidar com problemas e avançar. Reagir trata-se de lidar com emoções que incluem desde confusão até o medo da incompetência.

Todos experienciam a perda que gera desapontamento, frustração, raiva, à medida que desaparecem a liberdade e o tempo para o lazer.

Conforme vão superando e sobrevivendo à deficiência, começam a criar expectativas que vão de positivas à negativas. Entretanto, o desejo de cura é uma constante.

Sabendo que um aspecto essencial para a evolução da criança é a conduta dos pais como detentora de benefícios e prejuízos no processo de desenvolvimento, em relação às expectativas ao futuro dos filhos as mães demonstraram-se preocupadas com o desenvolvimento geral desse e com a perspectiva de cura. A busca de cura mostrou-se como uma necessidade normal dos pais que permanece presente independente do tipo de deficiência ou da compreensão destes sobre o diagnóstico.

Para os profissionais envolvidos com as famílias de pessoas portadoras de deficiência, é de suma importância que tenham o maior conhecimento possível das dinâmicas pelas quais passam estas famílias para se instrumentalizarem emocional e racionalmente, para que esses pais recebam o maior número possível de informações, que tenham suas dúvidas esclarecidas para que possam decidir com maior segurança os recursos e condutas primordiais para o bom desenvolvimento de seu filho.

A família a qual pertence a criança especial exerce importante papel contrapondo-se à sua marginalização. Tem a importante função de proporcionar a esta criança tornar-se sujeito desejante, uma pessoa que possa transformar seus impulsos em desejos, buscando realizá-los - dentro do quadro de sua diferença e por meio dela.

A rede de apoio familiar favorece a formação de vínculos e estruturação da vida da criança com deficiência física ampliando suas possibilidades a partir da auto-estima advinda da afetividade. Esta rede, não pode, portanto, ser ignorada no referente ao desenvolvimento e à socialização dessa criança.

Por meio das relações de cuidado, a família transmite valores como os de tolerância e respeito às diferenças, corroborando para um desenvolvimento adequado, especialmente quando os serviços sociais são inadequados e as políticas públicas insuficientes.

Fontes: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822006000100008

http://www.scielo.br/pdf/paideia/v9n16/04.pdf

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Privacidade dos filhos - até onde respeitar?


Conversando com amigas sempre tenho ideias do que postar aqui. Sempre discutimos as questões que enfrentamos no dia-a-dia com nossos filhos e recentemente surgiu o tema privacidade e a dúvida, até onde ela deve ser respeitada ou não.
O assunto foi introduzido porque agora dizem que tem uma tal de onda "Nudes". Vou explicar: segundo me relataram, os meninos, através de um aplicativo, enviam uma mensagem a uma menina, dizendo que se ela enviar uma foto nua dela, ele promete que vai beijá-la. Parece uma pegadinha, mas não é, pois segundo consta, inúmeras meninas já caíram nesta lorota e fazem o tal do "Nudes". Aí, assim que recebe a foto, o suposto beijador a espalha para todos os seus contatos. "Inocentemente", os espalhadores do "Nudes" se justificam alegando que a foto vai por um aplicativo de imagens temporárias e que ela não dura muito tempo, somente alguns segundos. O que a tornaria praticamente auto-destruível. Mas não é bem assim. Não explicam que tem alguns espertinhos que fazem um Print da imagem e a guardam em seus banco de dados para espalhá-la quando quiserem e fazerem com que o estrago na vida da menina se torne maior.
O que mais me impressiona é que com tanta informação a que estes jovens são submetidos, tenha quem ainda caia numa cilada dessas. É no mínimo um truque muito fraquinho.
São inúmeras reportagens que saem na mídia, inclusive a que eles estão acostumados a ver, tratando desses assuntos que deixam as pessoas envolvidas com coisas assim, no mínimo envergonhadas.
Os jovens estão cansados de saber que fotos postadas na internet são impossíveis de controlar e uma vez que lá estão, provavelmente ficarão para sempre. Aí, vêm as perguntas: por que alguém as produz e por que alguém as reproduz. Só posso imaginar que no primeiro caso seja por estupidez e no segundo por total insensibilidade pelo mal que possa causar ao próximo. Simples assim. Tudo feito de uma forma tão tremendamente irresponsável que aproveito este gancho para voltar ao tema do texto. Acompanhar o que os filhos vêem na internet, o que fazem com seu celular, ter acesso às suas senhas é realmente invasão de privacidade ou preservação do ser que está sob nossa tutela, até que pelo menos tenha maioridade ou maturidade para conduzir sua própria vida sozinho?
Vou colocar aqui minha opinião
Primeiramente, eduquem seus filhos desde o dia em que saíram de sua barriga.
Não percam a oportunidade de comentar fatos como esses com eles.
Sim, eu concordo que privacidade tem um limite, quando esta põe em risco a integridade moral e física da pessoa, assim, ela nem sempre deve ser respeitada, como se respeita a de um adulto. Isto por uma simples razão, a criança e o adolescente não são maduros ainda para medirem com precisão as consequências dos seus atos e não são adultos para serem responsáveis por eles. Os adultos são os pais e responsáveis, portanto, cabe a estes últimos determinar o limite de respeito a esta privacidade.

Ana Margarida Jabali Marques

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Desmame


Ao completar 6 meses, a amamentação deixa de ser a alimentação exclusiva do bebê. Outros alimentos começam a ser introduzidos na sua dieta. Com isso as mamadas ficam menos frequentes e inicia-se o processo gradual de desmame. Esta pode ser uma fase difícil e deve ser trilhada com calma e gradualmente.
Para os bebês que foram amamentados exclusivamente no peito, este represente uma fonte de alimento, de carinho, segurança e de interação imensa com a mãe. Por isso, separar-se do peito é uma experiência de perda para a criança, podendo resultar num período de um pouco mais de grude, manhas e choros.
Mesmo sendo difícil para ambos, é importante ter consciência de que esse processo é benéfico ao desenvolvimento do seu filho.
Não estou afirmando aqui que as crianças devem parar de mamar no peito nesta idade, longe de mim, por favor não me entendam mal. A Organização Mundial da Saúde recomenda a amamentação vá até os 2 anos de idade para mais e quem sou eu para ir contra.
Entretanto, como as mamadas vão diminuir, e algumas mães precisarão ou não terão mais leite para amamentar, aqui vão umas dicas para um desmame mais tranquilo:
- Não oferecer o peito espontaneamente. Por outro lado, também não recuse-o.
- Diminua a duração de cada mamada.
- As mamadas mais importantes, como a de antes de dormir (para muitos bebês), são as últimas a serem deixadas, pois marcam um encontro entre vocês.
- Com a introdução de outros alimentos, pode ser que a solicitação do peito possa ser somente para ter atenção. Peça para que outro parente (pai, irmãos, avós, tios) ajude até este primeiro impacto passar.
- Se você costumava amamentar seu bebê sempre no mesmo lugar, procure evita-lo.
- Peça a outra pessoa para dar mamadeira, que não você.
- Use um sutiã/top apertado. Isto faz como que nosso cérebro receba uma mensagem de que é hora de diminuir a produção de leite.
- Bebês são ativos, estão sempre ocupados. aproveite esta característica e distraia-o com alguma coisa na hora em que pedir mara mamar. Pode ser com um passeio pela rua, uma visita à vovó...

Principais erros cometidos ao desmamar e o que pode acontecer no processo:

- Fazer o desmame para agradar os outros.
- Cortar abruptamente a amamentação.
- Enganar a criança. Principalmente com mentiras do tipo, meu leite secou ou você me machucou. É extremamente traumatizante e injusto.
- Tomar medicamento para secar o leite. Traumatizante tanto física como psicologicamente.
- Não respeitar o planejamento do desmame.
- Ordenhar muito a mama achando que vai secá-la. Ao contrário, vai estimular a produção.
- Achar que a produção vai acabar assim que o bebê para de mamar. Há mães que continuam a produzir leite em pequenas quantidade durante muito tempo depois da amamentação ter terminado. O importante é não ficar estimulando a mama.

O que fazer, se você precisa introduzir novos alimentos, mas seu bebê vira a cara?

Primeiramente, é preciso deixar bem claro, que isto é perfeitamente normal.
Insista, pois com o tempo ele se acostumará com os novos sabores. Acontece com todo mundo.

Fontes: http://www.fmcsv.org.br/pt-br/acervo-digital/Paginas/colecao-primeira-infancia-desmame-folheto-7.aspx
Blog dralucianaherrero

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Protetores solares




A necessidade do uso de protetores solares, também denominados fotoprotetores, é uma realidade indiscutível e oferecer preparações com maior eficácia (produtos com melhor eficiência de proteção, maior estabilidade química e mais acessíveis à população) é um desafio cada vez maior.

O Sol é essencial para a vida na Terra e seus efeitos sobre o homem dependem das características individuais da pele exposta, intensidade, frequência e tempo de exposição, que por sua vez dependem da localização geográfica, estação do ano, período do dia e condição climática. Estes efeitos trazem benefícios ao ser humano, como sensação de bem-estar físico e mental, estímulo à produção de melanina com consequente bronzeamento da pele, tratamento de icterícia (cor amarela da pele e do branco dos olhos de bebês, causada pelo excesso de bilirrubina no sangue), etc. Porém, a radiação solar também pode causar prejuízos ao organismo, caso não se tome os devidos cuidados quanto à dose de radiação solar recebida.Tais reações podem estimular a produção de melanina cuja manifestação é visível sob a forma de bronzeamento da pele, ou pode levar desde a produção de simples inflamações até graves queimaduras. Também, há a possibilidade de ocorrerem mutações genéticas e comportamentos anormais das células, cuja freqüência tem aumentado nos últimos anos.

A eficácia de um protetor solar é medida em função de seu fator de proteção solar (FPS), o qual indica quantas vezes o tempo de exposição ao sol, sem o risco de eritema, pode ser aumentado com o uso do protetor.

Considerando, por ex., as mesmas localizações geográficas, estação do ano, condições climáticas e período do dia, uma pessoa de pele clara que pode ficar 20 min exposta ao sol sem protetor solar, poderá ficar 300 min exposta ao sol com um protetor de FPS = 15, pois 20 x 15 = 300. Quanto maior o FPS maior será a proteção, ou seja, maior será o tempo que a pele ficará protegida frente à radiação UVB. 


Ressalta-se que o FPS é definido em função da radiação UVB causadora de eritemas. Para a medida do FPS deve ser dada atenção especial à necessidade da aplicação correta do produto sobre a pele. Segundo pesquisas, o padrão quantitativo de protetor solar por unidade de pele necessária para medir o FPS em humanos é 2 mg/cm2.

Assim, a cada aplicação deverá ser usada a quantidade de 30 a 40 g do produto por um indivíduo adulto, de tamanho e peso normais. Estudos mostraram também que se aplicam normalmente dois terços do protetor com filtro inorgânico quando comparado aos protetores com filtros orgânicos, devido ao fato de os protetores solares à base de filtros inorgânicos serem mais difíceis de espalhar na pele. 


Considerações deste tipo, reforçadas por alguns estudos realizados com o consumidor, indicam que o FPS obtido sem seguir o procedimento quantitativo citado acima resulta em valores que podem chegar a um terço do valor proposto




Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422007000100027