segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Lidando com o luto

Lidando com o luto


Direta ou indiretamente, as crianças passarão por experiências onde a separação pela morte está presente. Mesmo que tenha sido de uma forma distante, surgirá um momento em que ela se questionará sobre a sua própria. Me lembro quando era criança e me dei conta da minha; buscava coragem para enfrenta-la no futuro bastante distante que parecia estar, assim, dizia para mim mesma que dela não tinha medo (estava bem longe, não é?). Ah! Se hoje tenho medo? Quem não tem? A diferença é que hoje está mais perto.
Enfim, se a criança quiser maiores informações acerca do assunto, é importante estar disposto a conversar sinceramente com ela e responder às suas perguntas. Acolher suas crenças e seus temores pode ser a melhor maneira de abordar o assunto. Mostrar-se presente é uma forma importante de conferir segurança. Honestidade é importante, porém crueldade é dispensável. Se você é ateu, não precisa dizer ao seu filho de 4 anos que quando você morre, os vermes vão te comer e tudo acaba em adubo. Dispensável isto, certo? A não ser que esteja disposto a pagar anos de terapia. Diga que cada um ao longo da vida, tem oportunidade de construir suas crenças, de acordo com as vivencias que vai tendo e compreendendo com isso, o sentido que a vida lhe faz. Disse tudo e não disse quase nada, porém, não mentiu, nem foi cruel. Simples assim!

Como dar a notícia
Nestas horas, não há quem não queira proteger a criança, mas elas precisam ser informadas do ocorrido em termos compreensíveis e adequados para sua idade, pois caso contrário, perceberão a movimentação ao seu redor e apenas ficarão mais assustadas do que precisam.
A morte súbita é sempre a mais difícil. Quando há tempo para preparar a criança, ela aceitará com mais facilidade, o que não quer dizer que não haverá sofrimento.

Reações das crianças à morte
Como qualquer indivíduo, cada uma tem a sua. Varia também de acordo com a idade, com experiências anteriores e o grau da proximidade da perda, óbvio.
Os pais precisam estar preparados para ver as crianças menores alternando estados de sofrimento de uma maneira tal que pode transtorná-los e ser mesmo um choque para os adultos entristecidos.
• Elas podem alternar as lágrimas e a tristeza sentida em um momento com a necessidade de alimento e guloseimas em outro - algo muito difícil de um adulto entender ou empatizar.
• Elas podem solicitar coisas de formas que um adulto pode considerar insensíveis – “Já que a vovó morreu, posso ficar com o seu colar azul?”; “Posso dormir no quarto do João, já que ele morreu?”

Por isso, é bom enumerar algumas reações típicas por idade:

É óbvio que não há um modo adequado e padrão de se sofrer, muito menos um tempo determinado nem o quanto uma pessoa será afetada por uma morte próxima. Por isso é importante que a criança não se sinta pressionada a demonstrar sinais convencionais de sofrimento e que lhes seja permitido sofrer de sua maneira e no seu próprio tempo.


Crianças pequenas e Bebês

Mesmo os menores têm a noção de que alguém que lhes é caro se foi e não mais voltará e de que a morte é permanente. O choro é uma forma de expressão desta angústia.
Fora o sentimento próprio da criança, a mesma poderá ser afetada pelo estado emocional de seus pais ante esta perda também.
Talvez seja uma boa ideia manter viva para a criança, lembranças da pessoa que se foi, até que se possa explicar melhor e a criança consiga também se expressar com maior facilidade.

2 a 5 anos
Se os menorzinhos já têm a noção da perda, nesta idade as crianças já sabem que a morte é permanente e que a pessoa falecida não mais voltará.
Se a perda não é de um parente próximo, elas podem ficar curiosas e serem afetadas pelo evento, mas, provavelmente, conseguirão absorver tudo em suas brincadeiras e atividades diárias. Se, tragicamente, se tratar do falecimento de alguém importante para elas, passarão por um processo de sofrimento similar ao dos adultos.

6 a 12 anos
As crianças nessa faixa etária começam a desenvolver uma compreensão mais madura da vida e da morte, a se conscientizar de que um dia todos morrem, e que isso também vai ocorrer com elas. Elas querem saber mais a respeito da real causa da morte.
A morte de alguém próximo pode facilmente fazê-las retornar a um estado de insegurança e maior dependência. Podem sentir-se mais apreensivas e mais parecidas com uma criança pequena, que alterna sentimentos com muita facilidade.

Adolescentes
Os adolescentes com frequência pensam sobre questões de vida e morte, ou sobre o “significado da vida”
A morte de um ente querido pode fazer com que um adolescente se sinta especialmente perdido, porque pode ir contra sua forte crença em seu próprio futuro e no de outras pessoas. Os adolescentes podem se sentir inseguros num momento em que estão iniciando uma separação mais significativa da família. É possível observar os seguintes comportamentos:
• reclusão
• atitude mais infantil
• a impressão de serem bem “pé-no-chão” e imparciais, preocupados em não serem dominados pelas emoções
• raiva e protesto
Como essas tendências são parte do desenvolvimento normal de um adolescente, pode ficar difícil para você saber quando oferecer ajuda. Se o jovem administra bem sua vida escolar e social, sua alimentação e horas de sono, você provavelmente pode esperar que o processo de sofrimento pela perda ocorra na sua forma normalmente turbulenta. O apoio dos amigos pode ser muito importante para eles. Mais do que nunca, eles necessitam do amor que você sempre procurou lhes dar. Precisam mais ainda dos limites já estabelecidos. Talvez eles queiram conversar com alguém de fora da família, que não corra o risco de ficar muito incomodado ao ouvir os seus sentimentos, mas é melhor não presumir que isto seja algo sempre desejado ou necessário.

Agora algumas dicas que pode ajudar:

• Não existe um modo fácil de acabar com a dor, embora, é claro, gostaríamos de assim o fazer. A dor é o preço que pagamos por termos amado alguém.
• Empregue palavras diretas, como morte e morrer. Com as crianças mais novas, tente fazer a ligação com uma perda conhecida, como a morte de um animal de estimação (que pode causar mais sofrimento para as crianças do que os pais poderiam esperar).

• As crianças com menos de quatro anos geralmente confundem o dormir com a morte. Crianças mais velhas às vezes acham isso também. A diferença precisa ser explicada – por exemplo, “Quando você dorme, seu corpo continua a funcionar”.
• Evite frases como “Ele foi dormir”, ou “Ela se foi”, ou “O vovô desapareceu”. Essas frases podem confundir-se com ocorrências do dia-a-dia e criar medo do sono, de ser abandonada ou de ficar perdida.
• Deixe claro para as crianças mais novas que isto significa que o corpo da pessoa que morreu não está mais funcionando e que ela não sente nenhuma dor. O seu filho precisa de ajuda para entender que o corpo não foi para lugar algum, apenas para o cemitério ou o crematório. Explique isto cuidadosamente, pois as crianças precisam entender claramente o que acontece com o corpo. Em certas culturas ou famílias, as crianças podem ver o corpo após a morte. Isto na verdade pode ser bastante útil.
• Ir ao funeral e ao cemitério pode ser útil também. Muitas crianças optarão pelo comparecimento ao funeral se entenderem que é uma ocasião especial de despedida, de lembrança da pessoa e de comemoração da sua vida. Tente explicar com antecedência aquilo que irão ver em termos simples. Por exemplo: “O corpo estará em uma caixa que será enterrada no chão”, ou “o corpo é levado para o fogo e as cinzas são, depois, espalhadas na terra”.
• Rituais religiosos e crenças culturais podem ajudar a trazer conforto para as crianças, se você cultua esses aspectos em sua família.
• Esteja preparado para contar a história e responder as mesmas perguntas repetidas vezes. É importante para o seu filho entender e ter a história clara em sua mente. E prepare-se para a confusão que irá ocorrer de tempos em tempos.
• As crianças podem ficar ansiosas com a expressão de seus sentimentos dolorosos por temer angustiá-lo (a) ainda mais, principalmente se acharem que não tem mais ninguém para cuidar de você. Às vezes o apoio de mais um adulto ajuda a dividir a carga e dar mais conforto à criança.
• Seu próprio sofrimento pode ser compartilhado com a criança, mas tente não sobrecarregá-la com isto. Você pode passar a impressão de que não há espaço para o sofrimento dela. Os pais devem evitar privar as crianças de suas próprias experiências – como por exemplo, ao dizer “Eu sei como você se sente”. Ninguém sabe, exatamente, como o outro se sente.
• É importante para a criança continuar a ter oportunidades de compartilhar seus sentimentos sobre a pessoa que perdeu. Você pode ajudar com fotos, por exemplo, ou contando histórias. Os mortos não são esquecidos. Eles ficam em nossas mentes, algumas vezes como pano de fundo, enquanto vivermos.



Fonte: http://www.ip.usp.br/portal/images/stories/lefam/2_Perdas_OK.pdf

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Adolescentes – e quando as coisas dão errado?


Conseguindo ajuda quando as coisas dão errado
Uma das coisas mais difíceis para os pais de jovens é entender qual o momento certo de intervir e quando faz mais sentido esperar para ver. 
Uma das características do adolescente é a curiosidade, o querer colocar os pais à prova e ir um pouco além dos limites. 
Se você se lembrar de sua própria adolescência, terá exemplos de comportamentos que extrapolaram e foram bastante violentos – seu mesmo, ou de um amigo – e que, felizmente, não tiveram consequências sérias. 
Os pais aceitaram o fato e os jovens amadureceram um pouco mais. 
Os pais precisam dar algum espaço para os filhos, mas ao mesmo tempo precisam reconhecer que todo comportamento possui um significado. Aquele rompante foi um gesto de desafio ou de rebeldia, ou será que indica que algo está errado e precisa de mais atenção? Seu filho corre perigo de sair dos eixos, ser expulso da escola, ser preso pela polícia, ou é melhor você aguardar o momento propício?

Quando você precisa de ajuda profissional
Haverá ocasiões durante a vida de seus filhos adolescentes em que as suas preocupações irão além dos problemas diários e você se sentirá totalmente perdido. Talvez seja o momento de pedir conselho e apoio, mesmo que seja apenas uma reafirmação do que você vem fazendo. Lembre-se de que, se o seu filho é atendido pelo mesmo médico que você, este talvez não possa lhe dizer o que seu filho lhe confidenciou, devido à ética profissional e normas de confidencialidade necessárias com qualquer pessoa, mesmo menores de 16 anos. Existem situações em que conversar com alguém é muito importante:
• Ocorreu uma mudança significativa no comportamento de seu filho, ou em seu estado emocional, e isto mantém-se de modo persistente. Está visivelmente mais agressivo, ou ausente. Você não consegue identificar um motivo óbvio, tal como a morte de alguém próximo ou o término de um longo relacionamento.
• Você suspeita que o seu filho esteja a ponto de se machucar. Já tentou suicídio ou existe evidência de ferimentos auto induzidos na forma de cortes ou marcas de queimaduras pelo corpo.
• Seu filho perdeu o interesse pelas atividades escolares, hobbies e amigos, parecendo cansado, sem energia e com dificuldades para se concentrar. Pode ter mudado seus hábitos alimentares e de sono. Estes podem ser sinais de que seu filho está deprimido, ou que se envolveu com o uso contínuo de drogas. E podem ser as duas coisas também. O que os adolescentes precisam de seus pais Não existe um modo “certo” de sermos “bons” pais, mas as sugestões a seguir podem ajudar os pais e outros que cuidam de adolescentes:
• Estabeleça limites e mantenha o controle, mas mantenha também um diálogo aberto com seus filhos e mostre-se disposto a reavaliações.
• Mantenha abertas as linhas de comunicação o máximo possível – os adolescentes que se sentem ouvidos mostram um melhor desenvolvimento emocional e acadêmico.
• Tente e mantenha um equilíbrio entre respeitar a privacidade de seu filho e, ao mesmo tempo, manter a vigilância sobre ele.
• Os adolescentes adoram ser tratados com justiça e com demonstrações de que são confiáveis.
• Os pais que se envolvem emocionalmente – prestando atenção e devotando tempo – têm papel crucial nos sentimentos dos filhos a respeito de si mesmos. Principalmente para os garotos, o envolvimento do pai, ou da figura paterna, importa mais do que se moram na mesma casa ou não.
• Os adolescentes apreciam os pais que encorajam as suas iniciativas.
• Um forte apoio emocional da família é a arma mais poderosa contra a pressão dos pares. Os pais precisam saber dos fatos a respeito das diferentes drogas disponíveis e seus riscos à saúde. Aqueles que estão preparados para discutir a questão e fornecem conselho e apoio provavelmente conseguirão os melhores resultados. Tentar assustar os adolescentes para que se afastem das drogas provavelmente não seja eficaz. Consiga ajuda profissional, se necessário. • Se o seu filho ou filha vierem a ter problemas como, por exemplo, uma gravidez indesejada ou o envolvimento em atividades ilegais, apoio, conselho e reafirmação serão ainda mais importantes.
• Não é onde você mora, quanto você ganha ou a dimensão e a estrutura de sua família que podem fazer a diferença. O que mais importa são os relacionamentos – como você cuida e interage com seus filhos.
• Você tem um papel importante a desempenhar na determinação daquilo que irá acontecer em seu relacionamento com seu filho e na maneira como ele se desenvolverá como adulto. Ajuda se você parar para pensar a respeito.
• Se o problema persistir, consiga ajuda externa.
• Lembre-se: aprecie os momentos com seu filho adolescente e divirta-se.
• Os hábitos alimentares obsessivos e extremos - grave perda de peso, ganho de peso ou evidência de vômitos após as refeições – indicam a possibilidade de um distúrbio alimentar subjacente.
• O seu filho adolescente envolve-se em atividade violenta e de risco e pode estar com problemas com a lei.
• A recusa de seu filho em ir para a escola vem persistindo há algum tempo.

O final da adolescência: no limiar
Se todos “sobreviveram” aos primeiros anos e seu filho passou pela experiência tendo um vislumbre de quem é e alguma ideia do que deseja ser, isto significa que vocês já percorreram um longo caminho juntos. Agora resta o próximo e dramático passo a seguir. A transição entre a adolescência e a vida adulta, entre a escola e o mundo do trabalho, é a próxima et tapa no processo contínuo de separação e mudança.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Papai e mamãe - cadê o cinto de segurança?

Papai e mamãe -  cadê o cinto de segurança?


Tem assuntos para os quais as crianças não podem e nem devem ter direito de deliberação. São situações principalmente que podem causar danos à sua integridade física e moral.
No momento vou abordar o uso dos equipamentos de segurança obrigatórios nos veículos que transportam crianças menores de 10 anos.

Não é difícil nos depararmos pelas ruas, cenas que nos chocam ou ficarmos sabendo de tragédias envolvendo crianças que poderiam ter sido evitadas. Toda vez que vejo pais transportando crianças pequenas, ou no banco da frente, ou soltas no banco de trás, me pergunto se eles não amam seus filhos.

Talvez eles não se deem conta de que:
Em uma colisão a 60 Km/h, peso é multiplicado por 50;
Uma mala de 7 Kg atinge 350 Kg;
Um cachorro de 10 kg atinge 500 Kg;
Uma criança de 20 Kg atinge 1000 Kg, peso de um Urso;
Uma mulher de 50 Kg atinge 2500 Kg, peso de um rinoceronte e
Um homem de 70 Kg atinge 3500 Kg, peso de um hipopótamo.

Se o veículo estiver a 40 Km/h o motorista sem cinto de segurança pode ser atirado violentamente contra o para-brisa ou arremessado para fora do carro.
Num acidente, se a criança estiver sem cinto de segurança, ela é arremessada contra o para-brisa podendo sofrer traumatismo craniano e lesão na medula que causam tetraplegia.
Uma criança de 22 Kg, dentro de um carro que esteja correndo a 50 Km/h, se não estiver usando cadeira de segurança, ela atinge o para-brisa com um peso igual a 1 tonelada.

Mas a desculpa é sempre: vamos aqui pertinho e devagarzinho! Bom, as outras pessoas que estão dirigindo, nem sempre estão devagarzinho e podem colidir com você e estatísticas também apontam que cerca de 75% dos acidentes acontecem num raio de 35 Km da residência do motorista. Não lhe parece pertinho?

Os dados acima eu colhi junto ao Detram, mas acho que todo mundo de alguma maneira já sabia. Precisa é ter conscientização, responsabilidade, assumir seu papel de adulto no comando da situação e que tem por obrigação zelar pelo bem estar da criança que está sob sua tutela.

Então, com birra ou não, a criança tem que ser transportada adequadamente. Se for perto ou não. Chorou, I G N O R E!!!!!! Finja que não é com você! Ligue o som e cante a música a altos brados, como se o indivíduo nem estivesse lá. Deixe chorar. Vai acontecer algumas vezes, depois vai parar. Vai entender que prá andar de carro, tem que ser assim, ou fica em casa e ponto final.

Se o caso se prolongar por muito tempo, você pode criar umas bravatas, mas aí fica por conta da sua criatividade. No meu caso, e friso, no meu caso, eu pararia o carro e mandaria descer, com uma cara muito séria, dizendo que estava farta daquele comportamento no meu carro. Que somente andaria comigo quem soubesse se comportar adequadamente. Ah! Isso causaria um trauma? Não, acho que somente boas risadas no futuro. Posso quase garantir, se você não deixar o ser na rua e ir embora, claro.

Quais cadeirinhas são adequadas por idade? :
1– As crianças com até um ano de idade deverão utilizar, obrigatoriamente, o dispositivo de retenção denominado "bebê conforto ou conversível";
2 – As crianças com idade superior a um ano e inferior ou igual a quatro anos deverão utilizar, obrigatoriamente, o dispositivo de retenção denominado "cadeirinha";
3 – As crianças com idade superior a quatro anos e inferior ou igual a sete anos e meio deverão utilizar o dispositivo de retenção denominado "assento de elevação".
E por fim: "As crianças com idade superior a sete anos e meio e inferior ou igual a dez anos deverão utilizar o cinto de segurança do veículo".


domingo, 11 de outubro de 2015

Adolescentes, ai, ai, ai! Vamos abordar alguns aspectos desta fase?


Os anos da adolescência colocam pais e filhos sob muita pressão emocional, e isto pode parecer muito ameaçador:
• Ao ver que os filhos querem se distanciar da família, os pais frequentemente se sentem incapazes e inadequados.
• Os filhos adolescentes podem mexer com os pais de tal maneira, que estes não conseguem dar um passo atrás e compreender o que os filhos estão precisando.
• Os desafios e emoções que os filhos fazem os pais viverem podem trazer à tona dúvidas e inseguranças a respeito de suas próprias crenças e das escolhas que fizeram em suas vidas.

É importante que os pais possam:
 • tornar seus valores e sua posição bem clara;
• dizer claramente o que querem e julgam inaceitável;
• dar bons motivos para as suas regras;
• insistir que algumas sejam observadas já em casa.

Sexo – talvez uma das questões mais difíceis para pais e filhos
A maioria dos jovens acha impossível visualizar seus pais tendo uma vida sexualmente ativa. Também é igualmente difícil para os pais reconhecerem o desabrochar sexual de seus filhos adolescentes, os seus fortes desejos sexuais e a realidade do fato de que já são fisicamente capazes. Não saber o que os seus filhos adolescentes estão “aprontando” pode provocar enorme ansiedade, e a imaginação pode correr solta.
A não ser que os pais aceitem a ideia de uma vida sexualmente ativa dos jovens, eles não serão capazes de passar as informações e o apoio que os filhos adolescentes tanto necessitam.

A maioria dos jovens quer saber mais do que os fatos básicos que aprendem na escola. Os adolescentes precisam de acesso a informações sobre contraceptivos, sobre os riscos de uma gravidez e sobre doenças sexualmente transmissíveis. As evidências sugerem que estas informações não constituem um estímulo para a atividade sexual - pelo contrário, fornecem a confiança de que eles precisam para retardar o processo. Quando chegar a hora, eles estarão mais preparados para usar o melhor método contraceptivo. Devido à alta incidência de gravidez entre adolescentes, da AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis, este tópico deve receber prioridade.
Os jovens querem que os pais os ajudem a lidar também com os aspectos emocionais dos relacionamentos. Pode ser difícil fazer isso de uma maneira positiva e encorajadora se os pais mesmos estiverem se sentindo desencantados, com pouca confiança e não muito resolvidos em relação à sua própria identidade sexual e escolha do parceiro – e mesmo quando estão resolvidos! Os jovens querem desafiar a atitude de seus pais em relação a sexo e com facilidade sabem como atingir as inseguranças deles a respeito de questões sexuais. Compartilhar certos aspectos de suas próprias experiências e ser honesto a respeito dos dissabores e das dificuldades de se ter e sustentar um relacionamento sexual duradouro será, provavelmente, uma atitude bem vinda.

Como as escolas podem ajudar
Um ambiente escolar saudável pode ser meio caminho andado entre a segurança de casa e as exigências e pressões do mundo adulto. As pesquisas com jovens fornecem uma visão daquilo que pode ajudá-los a se sentirem mais confiantes em si mesmos e capacitados para as novas conquistas. O que eles mais valorizam é um ambiente escolar que ofereça cuidados para que se sintam seguros e valorizados. Os jovens querem escolas que reconheçam que o seu estado de espírito afeta a sua capacidade de aprender.

Exames escolares
Tanto os garotos como as garotas deste grupo etário preocupam-se com os trabalhos escolares e os exames, e consideram estes como os principais causadores de seu estresse. Pode ser mais fácil imaginar isso com nossas filhas por vezes perfeccionistas e super conscienciosas, mas não com os rapazes “bon vivants” que deixam tudo para a última hora. O que às vezes tanto os pais como os professores não notam é que por trás de toda essa rebeldia pode estar uma ansiedade real sobre as futuras conquistas. O fantasma do desemprego pode ser aterrorizador, mesmo nessa idade. Se você teme o futuro e o fato de ainda não saber o que vai ser, provavelmente você tenderá a ficar mais insatisfeito e desmotivado. Os pais e professores precisam reconhecer como esses jovens são vulneráveis. Sem o apoio adequado, conselhos e incentivos, eles podem escolher caminhos que sejam os mais atraentes para o momento. Um adolescente sem uma visão realista do futuro pode se voltar para atividades que despertem emoções mas que não desenvolvem suas mentes, como usar drogas ou dirigir em alta velocidade – qualquer coisa que apague a realidade que está por vir.

Ajuda na escola
Muitas escolas tentam encontrar maneiras de oferecer ajuda aos alunos vulneráveis. Elas possuem orientadores ou treinam os próprios alunos para oferecerem apoio e aconselhamento aos seus pares. É importante que os pais saibam como funciona o lado educacional da escola:
• Que sistema existe para oferecer apoio individual a cada criança;
• Quem fica responsável pelos alunos;
• Que processos existem quando algo de errado acontece;
• Qual a política anti-bullying da escola, e se a implementam de uma maneira eficaz e reconhecida pelos alunos. 

Os adolescentes podem ficar bastante constrangidos e chateados se acharem que seus pais estão “metendo o nariz” no que eles entendem ser “seu território”. Ainda é preciso trabalhar muito para mudar o conceito de que apenas os fracos e inadequados pedem ajuda. Um bom contato e envolvimento casa-escola, lidado com sensibilidade, pode fazer toda a diferença.