quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Orientação alimentar dirigida aos adolescentes


A condição nutricional na adolescência é influenciada pelas transformações físicas do estirão puberal, maturação puberal, aumento da massa corpórea, modificação da composição corpórea, bem como pelas diferentes atividades físicas. A diferenciação sexual estabelece diferenças na massa magra, no índice de massa corpórea e na época e velocidade de ganho de peso e de estatura. Os meninos tendem a ganhar mais peso e seu crescimento estatural continua por um período maior que o das meninas. As meninas aumentam proporcionalmente mais a gordura corporal e, os meninos, a sua massa muscular. Entre os 10 e 20 anos de idade, o adolescente aumenta sua massa magra em média 35kg, enquanto nas adolescentes o aumento é de aproximadamente 18kg. Neste período, ocorre também aumento da densidade mineral óssea, alcançando pico no final da adolescência, correspondendo ao estágio 4 de Tanner, e evoluindo gradativamente até a idade de adulto jovem. 
A nutrição tem papel fundamental no desenvolvimento físico do adolescente e o consumo de dieta inadequada pode influir desfavoravelmente sobre o crescimento somático e maturação.
Outro fator que influi sobre as necessidades nutricionais durante a adolescência é a realização de exercício físico, que varia em função do gênero (masculino ou feminino) e do momento em que ocorre o estirão puberal. As necessidades energéticas estão aumentadas. As diferenças entre o sexo masculino e feminino, evidentes no início da puberdade, acentuam-se ao longo da adolescência e estão de acordo com a atividade física. O rápido crescimento da massa muscular durante o estirão pubertário exige elevada oferta protéica. Devido ao rápido crescimento, é necessário que cerca de 10 - 14% da ingestão total de energia corresponda a proteínas de alto valor biológico.
A alimentação inadequada na adolescência pode levar ao risco imediato ou na idade adulta de desenvolvimento das doenças crônicas como a hipertensão, a doença arterial coronariana, as dislipidemias, a obesidade, diabetes e a osteoporose. Sabe-se que constitui-se hábito comum, entre os adolescentes, não realizar refeições, especialmente o café da manhã e que o almoço e o jantar são substituídos por lanches ou refeições rápidas, compostos principalmente por embutidos, doces e refrigerantes na maioria das famílias. Alguns estudos demonstram este padrão alimentar na adolescência, caracterizado pela ingestão excessiva de açúcares, sódio e gorduras saturadas, muitas vezes podendo representar de 35% até 55% da sua oferta energética diária. Observa-se a carência do consumo de frutas, grãos, fibras e produtos lácteos.
A adoção de hábitos alimentares adequados, com o aumento da ingestão de produtos de origem vegetal, como é o caso das leguminosas, cereais integrais, legumes, verduras e frutas, inclusive por seu teor de fibras, associada à redução do consumo de gorduras, colesterol e açúcares, é primordial para diminuir o risco de doenças crônicas na idade adulta. Entretanto, há de ser adotada atitude flexível, uma vez que os hábitos alimentares, que incluem os sanduíches com alta concentração de gordura e outras refeições rápidas, fazem parte da sociedade ocidental globalizada. Porém, deve-se estabelecer um limite para o seu consumo e promover o consumo de uma dieta variada, buscando o equilíbrio em porções adequadas de cada um dos grupos principais de alimentos.

Fonte:http://www.sbp.com.br/src/uploads/2015/02/ManPraticaAtend.pdf




quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Dez passos para alimentação saudável


O Ministério da Saúde/OPAS e a Sociedade Brasileira de Pediatria propõem dez passos para a alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos:

Passo 1. Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos.

Passo 2. A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o aleitamento materno até os dois anos.

Passo 3. A partir dos seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes) três vezes ao dia, se a criança receber leite materno e cinco vezes ao dia, se não estiver em aleitamento materno.

Passo 4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança.

Passo 5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar com consistência pastosa (papas e purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar na alimentação da família.

Passo 6. Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. "Uma alimentação variada é alimentação colorida".

Passo 7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. 

Passo 8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outra guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.

Passo 9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos: garantir seu armazenamento e conservação adequados.

Passo 10. Estimular a criança doente convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando sua aceitação.

Fonte: http://www.sbp.com.br/src/uploads/2015/02/ManPraticaAtend.pdf

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Cada fase do desenvolvimento, muitas novidades


Desenvolvimento é a capacidade do corpo de adquirir funções ou seja, é a capacidade que a criança apresenta de realizar tarefas.
Desenvolvimento e crescimento são processos integrados e devem ser avaliados em todas as consultas.
O desenvolvimento se faz no sentido céfalo-caudal (da cabeça para os membros inferiores, isto é, de cima para baixo) e próximo-distal (da parte central do corpo para as extremidades, portanto, de dentro para fora).
Levando-se em consideração alguns marcos da maturidade neurológica e marcos do desenvolvimento podemos ter no 1º ano de vida, 4 períodos importantes:  
        a)   Fase cervical – 0 a 3 meses – ao final desta fase a criança sustenta a cabeça. Nesse período a criança gosta de ver os rostos da mãe e do pai e gosta que conversem com ela. Já começa a levar as mãos à boca e acompanha objetos com o olhar. Ela já se movimenta bastante.
        b)   Fase troncular – 4 a 6 meses – ao final desta fase, a criança já deve iniciar a tarefa de sentar. Ela já rola na cama e quando colocada de bruços, levanta e sustenta a cabeça, apoiando-se nos antebraços. Já brinca com os pés e os leva à boca. Alcança e pega objetos pequenos, emite sons, vira a cabeça na direção de uma voz ou de um objeto sonoro.
         c)   Fase da reptação – 7 a 9 meses – ao final dessa fase a criança deve sentar-se sem apoio e já deve iniciar a tarefa de arrastar-se ou engatinhar. Nessa idade, a criança “estranha” as pessoas desconhecidas, já começa a ficar de pé ou até mesmo a andar.
          d)   Fase da deambulação – 10 a 12 meses – normalmente ao final dessa fase, a criança já caminha com apoio ou sozinha. Ela gosta de imitar os pais, faz gestos com a cabeça, dá adeus e bate palmas. Á faz o movimento de pinça com os dedos polegar e indicador e já atende pelo seu nome.

No 2º ano de vida

Anda sozinha e raramente cai;
Come sozinha;
Identifica a sua imagem no espelho:
Fala várias palavras e consegue articular frases curtas e pode ser iniciada a retirada das fraldas e o uso do penico e vaso sanitário.

Nos 3º e 4º anos de vida

Prefere brincar isolada mesmo na companhia de outras crianças;
Sabe dizer seu próprio nome e até mesmo o seu endereço;
Demonstra suas alegrias, tristezas e raivas;
Gosta de ouvir histórias e também já as conta;
Ajuda a vestir-se, a calçar chinelos e sapatos e imita os adultos.

A partir do 5º ano até o início da adolescência, entre 11 e 12 anos

A criança passa a gostar da companhia de outras crianças e começa a ficar muito independente;
Tem interesse em aprender sobre tudo o que a cerca;
Escolhe seus amigos;
Aprende canções:
Fala bem o que quer e o que sente;
Forma seu grupo de estudos e gosta de mostrar o que aprendeu.

E o adolescente?
Se pudéssemos defini-lo poderíamos dizer que é o portador de uma síndrome que se caracteriza por:
a)   hiperfagia -  comem em exagero (os pais que o digam);
b)   hipoacusia – só escutam músicas usando todo o volume do aparelho de som (haja paciência dos vizinhos);
c)   mania de agrupamento – nunca estão sozinhos; sempre andam em grupos;
d)   sensação de imortalidade – adoram esportes radicais e quase sempre utilizam os veículos em alta velocidade;
e)   boa saúde física – quase nunca adoecem;
f)     mania de perseguição – constantemente falam se referindo aos irmãos e outros familiares: “mãe, você viu que ele sempre tá me olhando” ou então, “mano, pare de fazer o que eu faço e de ir onde eu vou” ou ainda, “pai, você só briga comigo e nunca briga com ele.”

g)   Gostam de ser diferentes; são adolescentes!!!!

Fonte:http://www.sbp.com.br/src/uploads/2015/02/ManPraticaAtend.pdf

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

O esporte na formação do caráter


A prática esportiva como instrumento educacional visa o desenvolvimento integral das crianças, jovens e adolescentes, capacita o sujeito a lidar com suas necessidades, desejos e expectativas, bem como, com as necessidades, expectativas e desejos dos outros, de forma que o mesmo possa desenvolver as competências técnicas, sociais e comunicativas, essenciais para o seu processo de desenvolvimento individual e social.

O esporte, como instrumento pedagógico, precisa se integrar às finalidades gerais da educação, de desenvolvimento das individualidades, de formação para a cidadania e de orientação para a prática social. O campo pedagógico do Esporte é um campo aberto para a exploração de novos sentidos/significados, ou seja, permite que sejam explorados pela ação dos educandos envolvidos nas diferentes situações.

Além de ampliar o campo experimental do indivíduo, cria obrigações, estimula a personalidade intelectual e física e oferece chances reais de integração social.

Para a criança ou adolescente estar em contato com a adrenalina, natureza e aventura é o modo de desenvolver outras habilidades e é nesta hora que é mostrado o potencial de cada um. 

Através destas aulas é possível adequar as disciplinas dadas em sala de aula, mostrando e fazendo com que a criança se desenvolva melhor.

Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=790

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Cuidados com os cabelos e a pele na gravidez: o que é permitido e proibido

Eles costumam sofrer com os hormônios da gestação. Conheça o que você pode — e deve — usar para ficar linda. E do que é melhor fugir
Mônica Brandão
                                     

Fio a fio
A gravidez tem um efeito imprevisível nos cabelos. Os oleosos podem ficar secos e quebradiços, e os secos ganharem oleosidade. Isso ocorre por conta da ação do hormônio progesterona que estimula as glândulas sebáceas, fazendo com que haja um aumento de oleosidade na raiz. Já os cabelos lisos podem se tornar mais ondulados e os crespos ficarem menos cacheados. Ocorrem também alterações no volume, no crescimento e até na queda dos fios.

Mas calma, em geral, após o terceiro mês, e no máximo até o término da gravidez, suas madeixas devem voltar ao que eram antes. Prepare-se apenas para a queda de cabelos, que costuma acontecer logo após o parto e persiste por cerca de três meses. Apesar de essa queda ser natural, é aconselhável ingerir mais proteínas e vitaminas para amenizar a perda excessiva dos fios.


O que sim 
Para os cabelos que ficaram ressecados, invista em hidratação. Não há nenhuma restrição quanto a isso. E os que ficaram oleosos podem ser lavados diariamente, com xampus específicos para combater a oleosidade. Escove os cabelos com menos freqüência para não deixá-los ainda mais pesados e oleosos. E sempre que puder opte por produtos naturais.


O que não 
Como não existem testes científicos que comprovem que amônia — usada em muitas tinturas — não faz mal ao bebê, o ideal é evitar tratamentos que usem produtos químicos com essa substância. As tradicionais tinturas, à base de amônia, são realmente contra-indicadas. Mas também não é preciso passar a gravidez inteira com a raiz escura ou cheia de fios brancos e a auto-estima lá embaixo. Você pode usar tinturas sem amônia, xampus tonalizantes e hennas naturais. “Não fazem mal ao bebê”, assegura Denise Steiner, dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia de São Paulo. Mesmo assim, o mais indicado, dizem os médicos, é começar a pintar os cabelos só após o primeiro trimestre da gravidez, época da formação do feto. Depois do terceiro mês, também é permitida a realização de reflexos, da metade dos fios para as pontas, só uma ou duas vezes durante a gestação.

Agora atenção: permanentes e alisamentos devem esperar porque contêm amônia. “Após o parto, podem ser realizados. Já foi provado que essa substância não passa pelo leite”, garante Keiko Miyasaki Teruya, pediatra e co-diretora do Centro de Lactação de Santos.

Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI93895-10565,00.html

terça-feira, 26 de julho de 2016

O banho do bebê



O banho do bebê pode ser um momento gostoso para os pais, mas também pode gerar muitas dúvidas. Na tentativa de esclarecer o que se deve ou não fazer nessa hora, dermatologistas americanos reuniram as principais recomendações em um novo artigo, que foi publicado no International Journal of Dermatology, uma revista científica especializada em dermatologia.

Como o Brasil é um país tropical, com hábitos diferentes dos Estados Unidos, algumas dicas do artigo não valem para nós. Confira abaixo todas as questões levantadas pelos americanos e o que a dermatologista Kerstin Abagge, presidente do departamento científico de dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), tem a dizer sobre elas:

- O primeiro banho de um recém-nascido só deve acontecer cerca de seis horas após o nascimento, quando sua temperatura corporal e suas funções cardiorrespiratórias estiverem estáveis. Segundo Kerstin, a estabilização do recém nascido tem relação com sua respiração, cor e aquecimento, e geralmente é preciso esperar algumas horas antes do primeiro banho.

- Para os americanos, o banho diário não é necessário, e devem ser limitados a um dia sim, um dia não. Nos dias sem banho, eles afirmam que a higiene pode ser feita com um pano úmido para limpar o corpo e o rosto. Kerstin, no entanto, afirma que, aqui no Brasil, não há problema em dar banho diariamente. Nos dias mais quentes, inclusive, é possível dar mais de um por dia, desde que os banhos extras sejam rápidos e apenas com água, para evitar o ressecamento da pele do bebê. No inverno, como a pele fica mais ressecada, o banho deve ser mais curto e com a água na temperatura de sempre. Não precisa aquecer mais por conta do frio.

- Na hora do banho, o ideal é deixar a maior parte do corpo do bebê imerso na água, exceto a cabeça e o pescoço. Isso facilita que a criança mantenha sua temperatura corporal. Porém, alguns centímetros de água bastam para que isso aconteça. Os pais devem segurar o bebê o tempo todo enquanto ele estiver na banheira.

- A temperatura ideal da água é entre 36ºC e 37ºC. É possível medir a temperatura com termômetros específicos para o banho ou usando o antebraço. É comum que a temperatura ideal da água para o banho do bebê dê a impressão de morna aos adultos. Por isso, testar no antebraço ou com o dorso da mão é mais eficiente.

- Em relação aos produtos, o artigo recomenda que o banho seja apenas com água, pois a pele do recém-nascido é suscetível a infecções e irritações. Mas, a especialista afirma que é possível usar sabonete (líquido ou em barra) desde que o pH fisiológico seja em torno de 5,5. O sabão deve ser enxaguado completamente após o uso.

- Apesar da enorme quantidade de produtos para bebês, a pele deles raramente necessita hidratantes ou loções pós banho. Seu pH é ácido, o que ajuda a criar uma espécie de barreira protetora contra germes. Se, ainda assim, você quiser usar um desses cosméticos no seu filho, converse com o pediatra e escolha um produto com pH neutro para não alterar essa barreira, com pouco perfume e poucos produtos químicos.

- As fraldas devem ser trocadas a cada duas ou quatro horas ou no momento em que você percebê-la suja. O ideal é limpar o bebê apenas com água e um pano macio ou algodão. Se os lencinhos úmidos forem a única opção, prefira os produtos sem álcool ou lanolina. Em caso de assadura, o pediatra deve ser consultado para indicar o tratamento mais adequado.

Dicas para driblar o medo na hora de dar banho no seu filho 

Segurar errado, deixar o bebê escorregar, cair água no ouvido, sabão nos olhos... É comum ouvir de alguns pais e mães que eles sentem medo de dar banho no bebê. Se esse é o seu caso, tenha calma! A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que você sempre peça orientação ao pediatra, inclusive na hora de comprar produtos que prometem facilitar o banho. Borrachas antiderrapantes para a banheira, por exemplo, podem não ser muito higiênicas e reter bactérias.

Uma dica de ouro é deixar tudo preparado antes do banho. Coloque o xampu destampado e o sabonete ao lado da banheira. Algodão, pomada contra assadura, toalha, fralda e roupa limpa ficam na cômoda para ajudar na hora de pôr a roupa. E não se esqueça de higienizar a banheira com sabão neutro após cada banho.


Fonte: http://www.hospitalinfantil.saude.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=583&tit=Novas-recomendacoes-para-a-hora-do-banho-dos-recem-nascidos

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Você sabe limpar os ouvidos dos seus filhos?



Alguma vez você tentou limpar os ouvidos do seu bebê com alguma haste flexível de algodão? Pois se alguma vez você tentou, não deveria repeti-lo. Não é necessário limpar os ouvidos do bebê. A cera que se forma na cavidade dos ouvidos do pequeno tem a função de proteger o canal externo contra elementos estranhos como a poeira, a umidade e as bactérias, e por isso essa cera não deve ser retirada. A única coisa que se pode limpar é a parte externa dos ouvidos, cuidadosamente, e durante o banho.

Os ouvidos dos bebês, principalmente os recém-nascidos, são muito delicados. Pode produzir um pouco de cerume (cera), uma substância pegajosa de cor amarelada, mas não quer dizer que o ouvido esteja sujo. A única coisa que a mãe pode limpar é a parte externa dos ouvidos e nada mais. Ainda assim, deve fazê-lo com muito cuidado, de preferência durante o banho, utilizando uma toalhinha, pano úmido ou hastes flexíveis de algodão, sempre com movimentos para fora. Em caso algum a mãe deve utilizar palitos, grampo, ponta de lápis ou qualquer outro objeto pontiagudo. Jamais se deve tentar tirar a cera do ouvido do bebê introduzindo algum objeto, nem sequer os bastonetes flexíveis de algodão.

Se tentarem tirar a cera do ouvido do bebê, pode ser que isso cause efeito contrário. Ao invés de tirar a cera, pode ser que você acabe empurrando-a para dentro do ouvido. Além disso, se você introduzir algum objeto pontiagudo correrá o risco de causar danos ao tímpano, com um simples movimento inesperado do bebê. Na revisão médica de rotina, o pediatra também comprovará o estado dos ouvidos do bebê.

A mãe ou o pai, na hora do banho do bebê, também devem observar alguns detalhes. Se observarem que a consistência da cera é fina e amarelada, como deve ser, não há problema. Mas, se notarem que a substância muda e varia a sua cor e textura, deve-se procurar o pediatra, sem tentar tirá-la. Somente ele poderá dizer se existe algum problema, ou diagnosticar uma possível otite infantil.

Também se deve levar o bebê ao pediatra se notar que o pequeno se queixa de dor ou coceira, ou se escuta um apito ou zumbido no seu ouvido. Além disso, existem bebês que por um catarro, gripe ou outra infecção, apresenta uma secreção estranha o ouvido e isso também é razão suficiente para levá-lo ao médico.

Fonte: http://br.guiainfantil.com/blog/saude/ouvidos/como-limpar-os-ouvidos-do-seu-bebe/

terça-feira, 19 de julho de 2016

Benefícios da Natação




Você, certamente, já ouviu sobre os muitos benefícios que a natação proporciona aos bebês e crianças. Estudos já mostraram que a atividade treina a coordenação motora, estimula o sistema cardiovascular, aumenta a capacidade pulmonar e reforça o sistema imunológico.

No entanto, recentemente, especialistas do Conselho Superior da Saúde da Bélgica afirmaram que a natação não é recomendável para bebês com menos de 1 ano. Segundo os pesquisadores, após medirem os riscos e as vantagens do esporte para bebês, eles chegaram à conclusão de que não existem benefícios reais.

Para Micheline Kirsch-Volders, diretora do estudo, nessa idade, as crianças são mais sujeitas a infecções por causa da imaturidade dos pulmões. Além disso, ela alerta para a variação da temperatura entre a piscina e os corredores que dão acesso a ela. Essa diferença brusca pode aumentar a presença de micro-organismos e, consequentemente, o risco de doenças.

Aqui no Brasil, a recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria é a de que as crianças comecem a praticar natação a partir dos 6 meses. A partir dessa idade, o conduto auditivo (parte interna do ouvido), que até então era reto, forma uma curvatura, dificultando a entrada da água e reduzindo as chances de infecção. Além disso, o bebê também já estará imunizado contra alguns agentes.

Para o médico Mauro Vaisberg, especialista em medicina esportiva do Hospital Samaritano (SP), se a manutenção e a higiene da piscina e da água são bem cuidadas, os benefícios realmente são maiores que as desvantagens. Para evitar doenças, observe se a água é limpa todos os dias, se as crianças tomam uma ducha antes de entrar na piscina e se os bebês usam fralda para natação, alerta o especialista. Se possível, escolha uma piscina sem cloro. Esse produto pode irritar os olhos, maltratar os cabelos e a pele. Além disso, crianças com alergias respiratórias, em geral, não podem frequentar piscinas com cloro.

Qual a piscina ideal para bebês?

As opções de tratamento da água mais comuns ao cloro são à base de sal e ozônio. No caso da salinizada, por exemplo, o processo é simples: a água da piscina é previamente salgada com quatro gramas de sal comum por litro. Depois, ela passa por um processo de eletrólise, produzindo hipoclorito de sódio - um cloro ativo natural que desinfeta e destrói bactérias, algas e micro-organismos sem provocar efeitos colaterais. Já a ozonizada se baseia num sistema elétrico que purifica a água transformando o oxigênio do ar em ozônio, que, por sua vez, age oxidando as impurezas. O ozônio é quase 3.000 vezes mais potente que o cloro. Por isso, com dosagens muito mais baixas você consegue o mesmo resultado.

Se o seu bebê frequentar piscina com cloro, um alerta. Certifique-se de que a escola ou academia utiliza o mínimo de cloro possível na água e não deixe seu filho ficar mais de 30 minutos. Outro cuidado é em relação à temperatura do local da piscina e do corredor que leva ao vestiário. Veja se não há corrente de vento e procure sempre levar um roupão para evitar um possível choque térmico, principalmente nos dias mais frios.


Fonte: http://www.humanasaude.com.br/prontomed-infantil/natacao-faz-bem-para-bebes-atesta-sociedade-brasileira-de-pediatria,20904

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Depressão na infância e na adolescência




O estudo dos transtornos depressivos na infância e na adolescência já definiu que sua presença é comum e grave o suficiente para merecer a atenção de clínicos e pesquisadores. Ainda mais se considerarmos a possibilidade sugerida por modernos estudos epidemiológicos do aumento de sua prevalência e de seu início cada vez mais precoce.

As manifestações clínicas da depressão em crianças, adolescentes e adultos são essencialmente as mesmas, a tal ponto, que os principais sistemas de classificação de transtornos mentais utilizam os mesmos critérios diagnósticos nessas três fases da vida.

Existe, entretanto, a necessidade de se destacar a relevância das características próprias de cada fase do desenvolvimento infanto-juvenil, que por sua vez modelam as manifestações clínicas da depressão, havendo grupos sintomatológicos predominantes nas diferentes faixas etárias.

Sintomas comuns:

1. Humor deprimido ou irritável;
2. Interesse ou prazer acentuadamente diminuídos;
3. Perda ou ganho significativo de peso, ou diminuição ou aumento de apetite;
4. Insônia ou hipersonia (excesso de sono);
5. Agitação ou retardo psicomotor
6. Fadiga ou perda de energia;
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada;
8. Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão;
9. Pensamentos de morte recorrentes, ideação suicida, tentativa ou plano suicida.

O transtorno depressivo tem apresentação heterogênea já desde a infância, requerendo cuidadosa avaliação diagnóstica dos profissionais envolvidos com crianças e adolescentes. Especialmente nestes períodos é necessário considerar a importância da utilização de várias fontes de informações (pais, professores e amigos) ao se estabelecer uma investigação clínica. 

Em adolescentes, há atualmente a compreensão de que a depressão maior é comum, debilitante e recorrente, envolvendo um alto grau de morbidade e mortalidade, especialmente através do suicídio, constituindo-se em uma das principais preocupações da saúde pública. 

Chamamos a atenção para o fato de que a maioria das crianças e adolescentes deprimidos não é sequer identificada, e muito menos encaminhada a tratamento. No estudo realizado por Goodyer e Cooper na Inglaterra, nenhum dos adolescentes identificados como estando com depressão maior havia sido encaminhado, ou estava em tratamento.

A presença de depressão em um dos pais aumenta o risco de seu aparecimento em pelo menos três vezes, nos descendentes. Obviamente este não é o único fator determinante do aparecimento da depressão, mas sim a conjunção de diversos outros fatores, tais como: ambiente familiar, falta de percepção de apoio dos pais, estressores ambientais, como abuso físico e sexual e perda de um dos pais, irmão ou amigo íntimo.

Autores são unânimes em afirmar que, após a recuperação de um quadro de depressão, costuma permanecer algum grau de prejuízo psicossocial e quanto mais precoce for o aparecimento da patologia, maior tenderá a ser o prejuízo. Considera-se que crianças e adolescentes com depressão possuem um grande risco de recorrência que se estende até a idade adulta, representando uma alta vulnerabilidade para transtornos depressivos.

Finalizando, a depressão na infância e na adolescência se reveste de importância especial quando se considera a questão do comportamento suicida. Existem relatos de comportamento suicida e suicídio já em crianças pré-escolares, e a ocorrência em adolescentes está aumentando. Calcula-se que a depressão seja responsável pela maioria dos suicídios entre jovens, alcançando valores próximos a 10% nos casos de depressão maior.

Na atualidade já se conhece, de forma relativamente segura, tanto os fatores de risco como os fatores precipitantes do comportamento suicida em crianças e adolescentes, o que permite melhores estratégias de abordagem do problema. E se considerarmos ainda que a depressão, devido ao seu resultado terapêutico comumente satisfatório, é a principal causa evitável de suicídio, muito existe para ser realizado, protegendo e impedindo inúmeras possíveis vítimas de comportamento suicida derivado da doença depressiva.

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/%0D/jped/v78n5/7805359.pdf

domingo, 17 de abril de 2016

Síndrome de Guillain-Barré na Zika


O Zika vírus (ZIKV), foi identificado pela primeira vez em 20 de abril de 1947, na floresta Zika (daí o nome do vírus), localizada na Uganda, na África, em um macaco do gênero Rhesus . Em seres humanos o vírus foi descoberto em 1952 na Uganda e Tanzânia. Apesar de o vírus existir por vários anos, somente no início do ano de 2015 foram registrados os primeiros casos confirmados de infecção do ZIKV no Brasil. O período de incubação do ZIKV pode variar de 3 a 12 dias após a picada do mosquito Aedes aegyptis ou Aedes polynesiensis. O ZIKV pode causar manifestações clínicas, que incluem artralgia, edema de extremidades, febre moderada que varia em 37,8 °C - 38 °C, erupções pruriginosas maculopapular com frequência, dores de cabeça, dor retro-orbitária, conjuntivite não purulenta, vertigem, mialgia e distúrbio digestivo; os sintomas podem durar cerca de 4 a 7 dias. Apesar de ser uma infecção viral considerada leve e, na maioria dos casos, assintomática, o ZIKV em casos mais severos, pode acometer o sistema nervoso central, sendo associada a síndrome de Guillain-Barré. Não há vacina ou tratamento específico para o ZIKV. O tratamento é bastante parecido com o da dengue clássica, que inclui a ingestão de grande quantidade de líquido (indispensável para combater a desidratação), para alívio da febre indica-se o uso de acetaminofeno (Paracetamol) ou dipirona e antihistamínicos podem ser utilizados em caso de erupções pruriginosas. O uso de ácido acetilsalicílico e outros anti-inflamatórios não são recomendados devido ao risco de hemorragias. 
 Já temos casos de Guilain-Barré em pacientes acometidos pelo ZIKV no Brasil.

O QUE É SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença de origem autoimune, que ocorre devido à produção inapropriada de anticorpos contra a bainha de mielina, substância que recobre e protege os nervos periféricos.
Na medicina consideramos a síndrome de Guillain-Barré uma polirradiculopatia desmielinizante inflamatória. Vamos traduzir esse palavrão nos próximos parágrafos.

Funcionamento básico do sistema nervoso
Para entendermos a síndrome de Guillain-Barré é preciso conhecer um pouco do nosso sistema nervoso central e periférico. Vamos explicá-lo de forma bem simples.
Todos os nossos estímulos sensoriais, como dor, sensação de temperatura, tato e sensação de pressão são captados pelos nervos periféricos da pele e levados para o cérebro, onde são adequadamente interpretados. Só conseguimos perceber que uma superfície está quente porque os nervos periféricos são capazes de sentir a temperatura, levando esta informação em forma de sinais elétricos através dos nervos para a medula espinhal e, posteriormente, para o cérebro.
O mesmo processo acontece com os estímulos motores, só que em sentido contrário. Quando mexemos a mão, o cérebro precisa primeiro executar uma ordem que vai até a medula espinhal e desta para o nervo periférico que inerva os grupos musculares que comandam a mão.
Portanto, os estímulos sensoriais e os estímulos motores são sinais elétricos que viajam pelo nosso sistema nervoso em direções opostas, passando sempre pelos nervos periféricos, medula espinhal e cérebro. Se o paciente tiver alguma lesão em um desses 3 pontos do sistema nervoso, os sinais elétricos sofrerão uma interrupção e o paciente pode ter paralisias motores ou perda da sensibilidade.
Na síndrome de Guillain-Barré, a lesão ocorre nos nervos periféricos motores que saem da medula espinhal e vão em direção aos músculos, sendo responsáveis por levar os comandos cerebrais para contração muscular. Nos pacientes com Guillain-Barré, o cérebro executa uma ordem para os músculos, mas ela não chega até eles, tornando o paciente incapaz de mexer certos grupos musculares.
O termo radiculopatia significa doença dos nervos que saem da medula espinhal. Como na síndrome de Guillain-Barré mais de um nervo é acometido ao mesmo tempo, ela é considerada uma polirradiculopatia.

POR QUE OCORRE A SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ?
Como já explicado, os nervos levam e trazem as informações do cérebro através de impulsos elétricos. Assim como fios encapados, os nervos também são revestidos por uma substância isolante chamada bainha de mielina. Na síndrome de Guillain-Barré, o nosso sistema imunológico passa a, equivocadamente, produzir anticorpos contra a bainha de mielina dos nervos periféricos, como se esta fosse um vírus ou uma bactéria invasora.

Bainha de mielina
O ataque dos anticorpos cria um intenso processo inflamatório e leva à destruição da bainha de mielina (desmielinização do nervo), bloqueando a passagem dos estímulos nervosos.
Os nervos acometidos pela síndrome de Guillain-Barré são basicamente os motores, sem acometimento dos nervos sensitivos. Logo, há paralisia muscular com pouca ou nenhuma diminuição da sensibilidade.
Portanto, com o conhecimento adquirido até aqui, já podemos entender por que a síndrome de Guillain-Barré é uma polirradiculopatia desmielinizante inflamatória.

Por que surgem estes auto-anticorpos?
Alguns microrganismos, como vírus ou bactérias, podem possuir proteínas semelhantes às presentes na bainha de mielina, causando confusão em alguns anticorpos. Se por azar o sistema imune criar anticorpos exatamente contra essas proteínas, os mesmos passarão a atacar não só o vírus invasor, mas também a bainha de mielina, pois para os anticorpos ambos são a mesma coisa.
Até dois terços dos pacientes com Guillain-Barré referem um quadro de infecção respiratória ou gastrointestinal (geralmente sob a forma de diarreia) semanas antes do aparecimento da síndrome. A infecção mais comumente associada à SGB é pelo Campylobacter jejuni, uma bactéria que provoca gastroenterites.
Outros eventos que podem estar associados ao surgimento da síndrome de Guillain-Barré são:
– Infecção pelo HIV.
- ZIKV
– Vacinação recente.
– Traumas.
– Cirurgias.
– Linfomas.
– Lúpus.
É bom salientar, porém, que em boa parte dos casos não conseguimos descobrir um evento desencadeante para a síndrome de Guillain-Barré.

SINTOMAS DO GUILLAIN-BARRÉ
O principal sintoma do Guillain-Barré é a fraqueza muscular, geralmente iniciada nas pernas e com progressão ascendente. Em questão de algumas horas, às vezes poucos dias, a doença começa a subir e acometer outros grupos musculares, indo em direção a braços, tronco e face.
A síndrome de Guillain-Barré pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando apenas leve fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos 4 membros em outros.
O principal risco desta doença está nos casos em que há acometimento dos músculos respiratórios e da face, provocando dificuldade para respirar, engolir e manter as vias aéreas abertas. Até 30% dos pacientes com SGB precisam ser ligados a um ventilador mecânico (respirador artificial).
Cerca de 70% dos pacientes também apresentam outros sintomas além da fraqueza/paralisia muscular, como taquicardia (coração acelerado), hipertensão ou hipotensão, perda da capacidade de suar, arritmias cardíacas, retenção urinária ou constipação intestinal. Dor nos membros enfraquecidos é comum e ocorre provavelmente pela inflamação dos nervos.
Em geral, o Guillain-Barré progride por duas semanas, mantém-se estável por mais duas e, então, começa a regredir, um processo que pode durar várias semanas (ou meses) até a recuperação total. Em alguns pacientes, a SGB progride tão lentamente que a doença começa a regredir antes mesmo de chegar à parte superior do corpo. Estes são os casos de melhor prognóstico e menor risco de sequelas.
Como a bainha de mielina dos nervos periféricos tem capacidade de se regenerar, a grande maioria dos pacientes consegue recuperar todos (ou quase todos ) os movimentos. Após 1 ano de doença, 60% dos pacientes apresentam recuperação completa da força muscular e 85% recuperam-se o suficiente para já estarem andando sem ajuda, mantendo uma vida praticamente normal. As sequelas só costumam ocorrer nos casos mais graves.
A mortalidade da SGB é de 5% e, aproximadamente, 10% dos pacientes não conseguem voltar a andar sem ajuda.
Os critérios que estão associados a um maior risco de sequelas são:
· Idade avançada do paciente.
· Rápida evolução para os membros superiores, geralmente com menos de 7 dias.
· Presença de paralisia muscular já no momento da primeira avaliação médica.
· Necessidade de ventilação mecânica.
· Guillain-Barré surgido dias após um quadro de diarreia.

DIAGNÓSTICO DO GUILLAIN-BARRÉ
O diagnóstico da síndrome de Guillain-Barré deve ser suspeitado em todo paciente com quadro progressivo de fraqueza motora, com pouco ou nenhum comprometimento da sensibilidade.
Os dois exames complementares que ajudam no diagnóstico são a punção lombar, para avaliação do liquor, e a eletroneuromiografia, um exame que avalia a resposta dos músculo a estímulos elétricos.
No últimos anos alguns anticorpos contra proteínas presentes nos nervos têm sido descobertos. Os anticorpos que podem ser pesquisados no sangue são: anti-GQ1b, GM1, GD1a, GalNac-GD1a, GD1, GT1a, GD1b.

TRATAMENTO DO GUILLAIN-BARRÉ
Todos os pacientes diagnosticados com Guillain-Barré devem ficar internados para observação, mesmo os com doença leve, uma vez que o acometimento dos músculos respiratórios pode ocorrer rapidamente.
O tratamento se baseia em duas terapêuticas:
– Plasmaférese – Uma espécie de hemodiálise na qual é possível filtrar os auto-anticorpos que estão atacando a bainha de mielina.
– Imunoglobulinas – Injeção de anticorpos contra os auto-anticorpos que estão atacando a bainha de mielina.
Os dois tratamentos são igualmente efetivos e devem ser iniciados dentro das primeiras quatro semanas de doença para terem mais efeito.
O tratamento acelera a recuperação e diminui os riscos de sequelas. Antigamente usava-se corticoides, mas estes foram abandonados por ausência de benefícios nos trabalhos científicos realizados. Hoje em dia, portanto, os corticoides não estão mais indicados no tratamento do Guillain-Barré.
Quem já teve Guillain-Barré uma vez pode tê-lo de novo, mas as recorrências são incomuns, acometendo apenas cerca de 5% dos pacientes.

Fonte: http://www.newslab.com.br/newslab/revista_digital/132/artigos/artigo1.pdf
http://www.mdsaude.com/2008/12/o-que-sndrome-de-guillain-barr.html

sexta-feira, 15 de abril de 2016

O que fazer se o bebê nasce com microcefalia?



O que deve ser feito quando um bebê nasce com microcefalia?

Ana Elisa: A criança com microcefalia será investigada em relação às infecções que podem estar relacionadas. Ela será submetida a exames de imagem para coletar mais informações. Um acompanhamento específico, com uma equipe multiprofissional irá apontar o tipo de deficiência que esta criança irá apresentar e quais as medidas que vão ser tomadas para tratar essas deficiências para que a criança possa ter um bom desenvolvimento dentro do possível.

Qual o acometimento de crianças com microcefalia?

Marcio Nehab: A criança que tem microcefalia pode ter o acometimento cerebral ou pode ter outras malformações do sistema nervoso central, levando a graus variáveis de sequelas. A microcefalia pode parecer nova para a população em geral, mas esse diagnóstico de qualquer tipo de deficiência é uma questão que o IFF está acostumado a lidar há muitos anos. A gente tem uma equipe multiprofissional que lida com crianças com diversas patologias, não só a do sistema nervoso central.

Toda mãe que teve zika terá um bebê com microcefalia?


Ana Elisa: Pouco se conhece sobre o vírus zika e outros fatores poderiam estar influenciando a passagem deste vírus pela barreira placentária. Podem ter outros fatores que estejam propiciando a microcefalia. Contudo, podemos afirmar que nenhuma infecção que ocorra durante a gravidez tem uma taxa de 100% de transmissão para o feto. E quando tem infecção no feto, elas não se manifestam da mesma forma. Por ser um assunto novo, não tem como a gente afirmar qual é essa taxa de transmissão e qual a chance do feto desenvolver a doença.

Como é feito o diagnóstico de microcefalia?

Tânia Saad: O diagnóstico da microcefalia não é só a avaliação do perímetro encefálico. Para considerar o tamanho da cabeça do bebê, é preciso observar o momento em que este bebê nasceu. Se ele é prematuro, terá uma cabecinha menor, mas também terá um corpinho menor. É preciso considerar a relação entre a curva do perímetro encefálico, a curva do peso e a curva da estatura da criança; observar se existe a proporção entre o rostinho do bebê e o crânio, ou seja. Ver se não está sobrando pele sobre o crânio, que são elementos que vão ajudar nesse diagnóstico. Além disso, é preciso realizar o exame neurológico e muitas vezes no primeiro exame já é possível observar algumas alterações do desenvolvimento desse bebê. Ele é mais durinho do que deveria ser, às vezes é um pouco mais alheio. Estas são situações que ajudam também a fechar esse diagnóstico. Não só o tamanho da cabecinha.

A microcefalia tem algum tratamento?

Tânia Saad: A microcefalia tem tratamento, mas não é um tratamento específico, depende do acometimento e grau que a criança vai apresentar. Uma vez que ela tenha sido diagnosticada, será necessário cuidar das suas necessidades: fisioterapia, se ela estiver mais rígida, se estiver evoluindo com atraso no desenvolvimento; fonoaudiologia, se tiver dificuldade para engolir; terapia ocupacional para ensinar o bebê para que que servem os movimentos que a fisioterapia vai ajudar a desenvolver; fisioterapia respiratória para que ele possa respirar melhor; neuropediatria porque ele pode desenvolver crises convulsivas; a própria pediatria, gastrenterologia, nutricionista para ajudar essa criança a ter uma boa curva de peso, para que ela possa suportar bem todas as intervenções de interdisciplinaridade que vai precisar. Dependendo do acometimento, vai precisar de mais ou menos suporte.

O que a criança que nasce com microcefalia tem de deficiência?


Márcio Nehab: É impossível dizer qual acometimento cerebral ela vai ter. Ela pode ter retardo mental, paralisia cerebral, epilepsia, atraso no desenvolvimento global. Existem diversas manifestações clínicas do acometimento cerebral, levando a diferenças em relação ao prognóstico dessas crianças. Algumas crianças podem desenvolver um grau de microcefalia pequeno e que não tem nenhum acometimento cerebral. Isso pode acontecer. Existem tem gradações de microcefalia, inclusive, a Sociedade Americana de Neurologia classifica em microcefalia e microcefalia severa.

Qual o conselho para as mulheres que desejam engravidar no momento?


Leonardo Menezes: Esse é um risco que deve ser dividido. Mas como infectologista, acredito que o mais prudente é postergar a gravidez, caso haja a possibilidade, até para a gente entender melhor o que está acontecendo. Não há ainda subsídios clínicos de entendimento sobre essa doença para poder dizer por quanto tempo isso vai acontecer. A gente precisa ter tempo para entender o que está acontecendo para ter uma resposta mais fidedigna em relação ao zika.

Uma criança já nascida pode ter microcefalia se a mãe pegar zika?


Leonardo Menezes: Não. A microcefalia não é uma doença transmissível, ela está associada a uma deficiência no crescimento do cérebro, dado pela doença intraútera, ou seja, uma infecção que ocorre dentro da barriga da mãe.

O zika pode causar problemas para crianças que já nasceram?


Leonardo Menezes: A zika, assim como outras doenças, quando se pega fora da barriga da mãe não traz tantos problemas. O problema é quando a infecção ocorre ainda na formação do bebê, no primeiro trimestre da gravidez. Habitualmente, o indivíduo que já nasceu não tem um impacto clínico ou sequelas.

O zika tem o mesmo efeito em crianças e adultos?


Leonardo Menezes: Os sintomas da zika em crianças são semelhantes aos dos adultos: manchas com vermelhidão na pele, principalmente nas extremidades, que podem coçar; febre baixa; dor nas pequenas articulações; dor de cabeça; enjoo e conjuntivite leve, sem pus.

É verdade que a vacina contra a rubéola vencida é a causa do surto de microcefalia?


Leonardo Menezes: Este boato não tem fundamento. E, do ponto de vista técnico, acredito que nem o Ministério da Saúde nem as autoridades competentes dariam vacina vencida para qualquer cidadão do país.

A prevalência de infecção por vírus zika em grávidas que tiveram filhos com microcefalia é significantemente maior do que as grávidas que tiveram filhos sem microcefalia?

Leonardo Menezes: O que há atualmente é um rumor, com alguma evidência do ponto de vista de aumento da incidência da Zika, associada ao aumento de casos de microcefalia. A estatística é fundamental para começar a mostrar alguma relação entre zika e microcefalia, mas ainda não há um estudo pronto, até pela questão do tempo. Podemos ter infecção por zika em mulheres e isso não quer dizer necessariamente que uma infecção causa a microcefalia que estamos observando.

Uma mãe que já teve zika em algum momento da vida é capaz de ter um bebê com microcefalia?


Leonardo Menezes: Não há um risco maior da criança nascer com microcefalia se a mãe já tiver contraído zika no passado. Por exemplo, se uma mulher que teve a doença há um ano e engravidar hoje não terá problema maior. As infecções congênitas que levam a alterações fetais geralmente acontecem quando o paciente tem a infecção no momento da gravidez.

Uma pessoa que esteja com zika deve evitar algum tipo de medicamento como acontece no caso da dengue?

Leonardo Menezes: A dengue tem um problema maior com medicamentos porque a doença costuma cursar com a baixa de plaquetas, e estas são fundamentais na coagulação do sangue. E quando o paciente toma um anti-inflamatório, como o AAS, Ibuprofeno, o remédio inibe a adesão de plaquetas. No caso da zika, a diminuição de plaquetas não é um fenômeno muito encontrado, mas, por precaução, deve-se evitar medicamentos como anti-inflamatório e tomar o paracetamol ou dipirona.

O antialérgico pode ser indicado para zika?

Leonardo Menezes: Os antialérgicos podem ser dados como medicamentos paliativos, mas não há indicação formal para esse tipo de medicamento nessa patologia.

As receitas caseiras podem ser usadas para o tratamento da zika?


Leonardo Menezes: Não. As receitas que não têm validade do ponto de vista científico. Como membros da academia da ciência, a gente não pode recomendar uma intervenção deste tipo. Assim como no caso de repelentes caseiros e outras sugestões que falam em uma situação como esta que estamos vivendo.

Há vacina contra o vírus zika?

Leonardo Menezes: Não. Ainda não há conhecimento suficiente sobre a doença para se criar uma vacina.

Fonte: http://www.brasil.gov.br/saude/2016/01/especialistas-tiram-duvidas-sobre-zika-e-microcefalia

Microcefalia


Em entrevista ao Blog da Saúde, os especialistas do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Ana Elisa Baião, Márcio Nehab, Tânia Saad e Leonardo Menezes respondem as algumas dúvidas sobre o assunto.

O que pode gerar uma microcefalia?

Tânia Saad: A microcefalia é uma situação bastante antiga dentro da medicina. Justamente porque ela não tem uma única causa. Os vírus, de uma forma geral, podem causar microcefalia. O que a gente mais conhece é o vírus da rubéola, um dos mais antigos e que a gente já tem campanhas para evitá-lo, como a vacinação. Mas o citomegalovírus, que parece uma gripe para a mãe, também pode ser causa de microcefalia. O herpes vírus, a toxoplasmose, alguns estágios da sífilis, menos frequentemente, mas além desses quadros que são infecciosos, você também pode ter alterações do metabolismo do bebê, causando isso; você pode ter alterações do fluxo da placenta, da quantidade de sangue com nutrientes que passa da mãe para esse bebê. Por exemplo, problemas de pressão alta, que muitas vezes acontecem durante o pré-natal, podem acabar gerando um crescimento intrauterino restrito, além da própria situação genética, muitas vezes é uma família que tem tendência a ter um crânio menor ou maior.

Como funciona a ação do vírus nos casos de microcefalia?

Tânia Saad: O vírus passa pela placenta e vai então acometer o tecido cerebral de uma forma que vai desacelerar o crescimento dos neurônios e células que existem. E é essa alteração do crescimento cerebral que vai acabar causando uma alteração na taxa de crescimento do osso. Por isso que leva tanto tempo, nada que vai aparecer em duas, três semanas e possa calcificar o cérebro. Quando há calcificações é indício de que essa infecção aconteceu muito cedo na gestação. A calcificação pode impedir que o cérebro continue a se desenvolver bem.

O vírus pode ser transmitido em uma relação sexual?

Márcio Nehab: A via de transmissão mais conhecida é através do mosquito, o Aedes Aegypti. Ainda é necessário muito estudo para se chegar à conclusão de que pode acontecer a transmissão sexual, pois pouco se conhece sobre o vírus zika. No momento, temos que nos preocupar mais com o vetor conhecido, que é o mosquito, como a via de transmissão do vírus.

Se a mãe tiver o vírus zika durante o período de amamentação, ela pode transmiti-lo para o bebê?

Ana Elisa: Há relatos de pesquisa que mostraram o isolamento do vírus no leite materno, mas não existe comprovação de transmissão por essa via. Não há ainda comprovação suficiente para uma medida tão drástica que é a suspensão do aleitamento materno, que tem uma série de outras vantagens. Portanto, as mães não devem parar de amamentar. A gente sabe que tem outras infecções congênitas que podem ser transmitidas durante a gravidez e que não são transmitidas no aleitamento, embora exista o vírus no leite também. Então, à luz dos conhecimentos científicos atuais, não temos evidências para alterar condutas assistenciais e técnicas no que concerne ao aleitamento materno e aos Bancos de Leite Humano.

Qual o período mais arriscado para a gestante entrar em contato com o vírus transmitido pelo mosquito?

Ana Elisa: Ainda há muito mais perguntas do que respostas sobre o vírus zika. Até o momento, sabemos que o primeiro trimestre é sempre o mais delicado, e isso em qualquer situação, independentemente do zika. É neste período que há mais chances de o vírus, seja ele qual for, ultrapassar a barreira placentária. O que indicamos hoje é que as mulheres devem redobrar os cuidados por todo o período de gravidez.

Como as gestantes podem se prevenir da picada do mosquito? O repelente é o mecanismo mais seguro?

Ana Elisa: O repelente é, de fato, um mecanismo muito importante e eficaz de prevenção. A maior parte das marcas comerciais deles é de uma substância que as grávidas podem utilizar. É indicado usar o repelente em áreas mais expostas. Atenção a mãos, pescoço, rosto e todas as áreas que vão ficar mais expostas inevitavelmente nesse período do verão. Mas existem outras medidas para se prevenir do Aedes Aegypti, como evitar a exposição nos horários de pico do mosquito -amanhecer e anoitecer - e, na medida do possível, usar as barreiras mecânicas, como roupas de manga comprida e calça comprida.

A ultrassonografia é precisa no diagnóstico da microcefalia?
Ana Elisa: A ultrassonografia é precisa no diagnóstico de microcefalia. A ultrassonografia é capaz de identificar outras características, outras malformações cerebrais que poderiam determinar a microcefalia também e que não estariam relacionadas com o zika.

Existem casos em que só podem descobrir depois que nascem?

Tânia Saad: Sim. Se o contato com o vírus acontecer depois do segundo trimestre da gravidez pode não haver tempo suficiente para aparecer na ultrassonografia. Então, muitas vezes, depois da 30ª, 32ª semana é que objetivamente pode começar a ver indícios da microcefalia, quando a mulher, por exemplo, é infectada com dois meses, dois meses e meio de gestação o que seria aproximadamente 10 a 12 semanas.

Fonte: http://www.brasil.gov.br/saude/2016/01/especialistas-tiram-duvidas-sobre-zika-e-microcefalia

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Conflitos de gerações




Vamos evitar o máximo possível conflitos na educação dos filhos? Vejam algumas orientações:

Os conflitos entre pais e filhos atravessam gerações e são motivo de muitas reflexões sobre o tema. Educar é um equilíbrio muito delicado entre o impor limites e criar uma relação de confiança e amor.

Qual seria a origem de tantos conflitos? Do meu ponto de vista está em encontrar o equilíbrio entre os três pontos acima citados, além de romper a barreira da comunicação que muitas vezes impede que situações bastante simples, transcorram em harmonia. O que ocorre na prática é a dificuldade dos pais em afirmar seu ponto de vista em contraposição aos filhos que desejam que algo ou determinada situação lhes sejam permitidos.

Os pais enfrentam durante este processo o desafio da idade onde cada etapa do crescimento revela suas dificuldades de discernimento. Tudo muda o tempo todo. Além destas dificuldades, os pais enfrentam também a sua própria jornada diária para ganhar a vida, muitas vezes minando a energia que traria um confronto menos desfavorável num momento de conflito, tendo mais paciência para explicar motivos de algumas proibições e nãos, além de dar o tempo necessário para a colocação do ponto de vista do filho ante a situação que gerou o conflito.

A rotina desgastante do trabalho, com longas horas de dedicação, com cobranças não somente dos patrões, mas também do próprio indivíduo que busca condições melhores para si e sua família, acaba diminuindo as horas em que pais e filhos passam juntos. Passar tempo juntos cria intimidade e isto é necessário para que os pais conheçam seus filhos e vice-versa. A intimidade proporciona vivenciar um a vida do outro o que facilita em muito o diálogo.

Deve-se ter em mente, que ausência não se supre com presentes e permissividade. É, portanto muito importante que se busque formas de destinar tempo ao convívio familiar, de maneira satisfatória e eficiente; aquilo que se chama de qualidade do tempo que dedicamos à família.

Outro fator de influência nessa relação é a presença de aparelhos eletrônicos e tecnológicos no dia a dia dos pequenos. Dependendo da estrutura familiar, televisão, videogame, celular e computador podem fazer surgir verdadeiros abismos na família, se não forem usados com limites. Se todos assistirem TV ou usarem o computador no mesmo ambiente, é possível aproveitar essas tecnologias para enriquecer as conversas e criar momentos agradáveis, prazerosos e de aproximação.

Para manter, constantemente, uma boa relação com os filhos é preciso paciência e muito jogo de cintura. O equilíbrio entre a amizade e autoridade é um dos desafios que os pais devem buscar todos os dias. É preciso cuidado para não confundir autoridade com autoritarismo. A relação deve basear-se no afeto emocional também, favorecendo o elogio na hora em que ele realmente cabe e evitando críticas constantes.

É preciso deixar claro que o respeito deve estar sempre presente. Pai e mãe são pai e mãe e devem se manter neste papel, dedicando aos filhos seu amor, compaixão, amizade, afeto, carinho e atenção aos bons exemplos que passam aos filhos em suas atitudes no dia-a-dia. O exemplo dos pais é essencial para a formação dos filhos e para que eles não se deixem influenciar pelas más companhias e maus comportamentos.


Fonte: http://www.ufjf.br/secom/2009/09/30/psicologa-revela-quais-sao-os-conflitos-da-relacao-entre-pais-e-filhos-e-como-lidar-com-eles/