TIMIDEZ
“A timidez é uma condição alheia ao coração, uma categoria, uma dimensão que desemboca na solidão.” Pablo Neruda
A timidez pode ser retratada como um gesto não feito, uma palavra não dita, um indivíduo incógnito a ser decifrado. O indivíduo tímido tem sido caracterizado popularmente como um indivíduo que sofre com medo de se arriscar, que vacila ao falar ou, ao não falar; que tenta esconder a timidez, mas não consegue e acaba por demonstrá-la, ou seja, um indivíduo que se inibe diante de alguém.
A timidez pode ser retratada como um gesto não feito, uma palavra não dita, um indivíduo incógnito a ser decifrado. O indivíduo tímido tem sido caracterizado popularmente como um indivíduo que sofre com medo de se arriscar, que vacila ao falar ou, ao não falar; que tenta esconder a timidez, mas não consegue e acaba por demonstrá-la, ou seja, um indivíduo que se inibe diante de alguém.
Pessoas
tímidas são aquelas que demonstram estabelecer relações limitadas com os
demais, de forma menos expansivas, fato que pode se tornar um empecilho no seu
processo de desenvolvimento social. A timidez caracteriza-se como uma sequência
de sentimentos relacionados a um extremo medo, vivenciado pelo indivíduo, em
determinadas situações sociais, principalmente aquelas diferentes, novas e
desconhecidas; assim como em se concentrar neste medo e em suas reações
fisiológicas e por último, sentir-se envergonhado por amedrontar-se e por suas
consequências que seriam a dificuldade em controlar tais sensações.
Não se
pode, entretanto perder o foco de que a timidez é uma característica do
indivíduo, portanto faz parte de sua natureza, sendo mesmo saudável em muitas
situações. Assim, a timidez não é uma patologia a ser curada ou uma deficiência
a ser superada, mas uma característica humana, da condição humana. O grande
problema seria o fato de que a timidez parece ser um grande incomodo aos
tímidos, já que os indivíduos temem a sua própria timidez. Cabe aos próprios
desejarem ou não vencê-la.
Fica por
outro lado, a característica deletéria da timidez que pode ocasionar
deteriorização das relações sociais (em 13% dos casos), enquanto a fobia
social, que é uma de suas consequências, causa uma certa diminuição no
rendimento escolar.
No
escolar é possível identificar o quanto as situações vividas pelos estudantes
de forma geral, têm reproduzido relações caracterizadas pela dominação e
opressão ao outro além de situações que impingem sentimentos de vergonha e
humilhação aos estudantes, muito presentes no cotidiano escolar e que tem
permeado as relações sociais construídas e reproduzidas na escola.
Muitos
indivíduos tímidos reagem a situações que os constrangem, através do choro, se
excluindo, se “escondendo” (ainda que por abaixar suas cabeças), calando-se, ou
até mesmo reagindo com atitudes violentas a determinadas situações.
A
timidez é como um escudo para situações em que o indivíduo teme ser diminuído e
desconsiderado e não deve ser encarada enquanto um estado permanente e
constante, no entanto e por outro lado, é muitas vezes inesperado.
Considerando
que a personalidade é reconhecida como síntese de funções psicológicas
superiores, a mesma pode estar se constituindo de forma intimidada, visto que
as relações sociais se encontram cada vez mais direcionadas à repressão,
opressão, controle e submissão dos indivíduos com objetivo de calar suas vozes
e comportamentos.
Há pouca
literatura científica voltada a pesquisa para esta temática. O que se encontra
fartamente é uma literatura de autoajuda, visando esclarecer o que é a timidez,
como superá-la e vencê-la. Há os que procuram orientar os pais a contribuírem
para o desenvolvimento da autoestima dos filhos, no sentido de elevá-la, tendo
em vista a superação da sua timidez.
Alguns
autores de literatura científica produzida sobre o assunto defendem que se deve
realizar um tipo de treinamento da conduta social, por meio de programas
cognitivo-comportamentais, para que tais características possam ser mudadas.
Tal ação teria o objetivo de ampliar as relações sociais que o mesmo estabelece
e, paralelamente, reduzir os comportamentos de ansiedade social e,
consequentemente, investir na autoestima, segurança, atividade, liderança e
poder de decisão do indivíduo. Nesse processo, são valorizadas atividades de
intervenção que enfatizam o treinamento de alguns fatores como o diálogo, a
reafirmação de valores, fortalecimento da personalidade, assim como
possibilitar o pensar positivo e seguro, através de técnicas modelagem e
relaxamento.
Quando
possibilitadas formas alternativas de relacionamento humano, os indivíduos
podem constituir sua personalidade numa direção humanizadora, à medida que as
relações tornam-se mais abertas e afetivas.
Atividades
coletivas onde o indivíduo seja acolhido num grupo é um passo importante para
ajuda-lo a transpor a barreira do relacionamento pessoal. Buscar o grupo
adequado para isso é tarefa dos pais. Na falta de um adequado, vale pensar se
não é possível pensarmos na reforma de um ambiente já existente, para um nova
sociedade, pois não queremos transformar o indivíduo considerado tímido, mas
sim transformar a sociedade que intimida esse indivíduo.
Letícia, este Post foi encomenda sua! Bj
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