sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Como a mídia pode influenciar no comportamento de crianças e adolescentes


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Como a mídia pode influenciar no comportamento de crianças e adolescentes
É comum nos depararmos com termos bulling, looser, popularidade, amizade, privacidade e outros mais, saindo com muita facilidade da boca de crianças, adolescentes e pais. Isto evidencia quão fortemente os costumes americanos influenciam os nossos, nossa sociedade e principalmente nossos jovens.

Nada contra os americanos, até porque eles construíram um país incrível do qual têm muito mesmo do que se orgulhar. Entretanto, temos que deixar claro para nossos jovens, que temos também valor e que não precisamos de forma alguma, copiar, principalmente o que não é legal, de lá de fora, levando certas práticas a níveis insuportáveis como vemos hoje.

Vamos falar um pouco de bulling. Na época em que eu estava na escola, todo mundo tinha um apelido que era principalmente originado de uma característica física. Nunca vou me esquecer de um colega cujo apelido era (e é até hoje) Mentex, referente àquelas balas de hortelã com uma camada de açúcar glaceado bem branco por fora. Era por causa dos dentões que ele tinha. Nunca soube que ficara traumatizado por isso, nem que sua vida fora arruinada. Hoje, nem pensar em explicitar uma brincadeira desta. Dá até processo judicial pra criança de cinco anos.

Tudo descamba para o exagero. Ninguém pode mais brincar com ninguém. Por outro lado, ninguém também aprende a se defender de nada, porque não tem onde “treinar”. Ah! E como nós treinamos!!!

É claro, que ninguém quer ver uma criança constantemente humilhada seja pelo motivo que for (o que também descamba para o outro extremo do exagero), mas vamos e convenhamos, nem tudo é bulling, certo papais e mamães????

E esta coisa de looser? Quer coisa mais americana que esta? Todo mundo tem que ser bom em tudo? Pensa bem, e faça seu filho também pensar se você ou ele são modelos de perfeição que não erram nunca, para poderem rotular alguém de alguma coisa. É uma atitude infantil e muito feia esta.

Popularidade: o termo me faz pensar numa garota enjoada, chata, metida, impertinente, insensível, desagradável e que quer impor sua vontade a todos só porque se acha bonita. Resumindo, um protótipo de perua que ao invés de estar estudando e preparando-se para ser um ser humano que valha a pena conhecer, perde tempo com futilidades apenas com o intuito de atrair o sexo oposto.

Se for garoto, me lembra os bombadinhos que acham que só o físico sarado pode atrair as meninas. Será que é por isso que é comum ver estes cabecinhas de vento com os protótipos de peruas acima descritos?

As pessoas deveriam ser populares por aquilo que são de bom, de humanos, de amigos, de bacanas, de inteligentes, de esforçados, de estudiosos e de tudo de bom que pode existir. Isto sim é que deveria ser sinônimo de ser Popular.

Amizades – são extremamente importantes e nos servem de apoio nas horas boas e difíceis que vivemos na vida. Algumas iniciam na infância e nos acompanham até o fim da vida, outras não; mas nem por isso são menos importantes além do que, durante a vida inteira colecionamos amigos. Ainda bem!

Na infância e juventude é bom que os pais estejam atentos às amizades e orientem os filhos quanto a situações que diferem dos costumes da família. Ficar de olho sempre é bom e excluir nunca.

Privacidade – é algo que se conquista com a maturidade. Enquanto os filhos estão sob nossa guarda, esta coisa de dizer que o quarto é um reduto deles e que não pode ser invadido, em minha opinião é papo furado. Entro e saio do quarto dos meus filhos a hora que quero, não sem antes é claro, bater na porta.

Não tenho o costume de bisbilhotar o que fazem na internet ou no celular, mas sempre que o assunto encaixa, procuro orientar qual é a melhor forma de se relacionar com estes instrumentos, do meu ponto de vista, óbvio.

Enfim, conversar sempre, que as coisas que se retratam em séries de TV, em filmes, noticiários sobre ídolos/celebridades, nem sempre retratam a realidade da vida das pessoas. O dia-a-dia é mais ou menos igual para todo mundo e por mais que uma pessoa esteja em evidência ela não deve ser tratada com tanta deferência a ponto de ser copiada, a não ser em suas virtudes. Somos todos humanos.


Ana Margarida Jabali Marques
Cirurgiã-dentista – odontopediatra
FORP – USP – 1982 – Ribeirão Preto – SP

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