sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Viagem com crianças


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Viagem com crianças
Levar as crianças para viajar, embora seja um desafio para os pais, é sempre muito divertido, tornando-se lembranças saudáveis da infância.

Porém para que estas lembranças não se tornem pesadelos são necessários alguns cuidados especiais que vão desde a escolha do destino até atenção especial com a saúde.

É importante lembrar que a criança possui necessidades especiais, próprias para sua idade, que devem ser respeitadas. Como por exemplo, estarem mais vulneráveis à desidratação e ao enjoo de movimento.

Antes de viajar
Definir o destino com antecedência e com a participação dos filhos é muito importante, sendo uma ótima oportunidade para fortalecer o diálogo entre pais e filhos. Sem criar ansiedade estimular o interesse sobre as características do local a ser visitado (geografia, cultura, lazer…) e estabelecer um roteiro, tempo de permanência e local de hospedagem.
Fazer uma consulta médica (1-2 meses antes) verificando e atualizando, se necessário, as vacinas da infância (algumas regiões do Brasil e do exterior necessitam de vacinas especiais). Também é conveniente uma consulta odontológica. Verificar se as mensalidades de seu seguro saúde estão em dia e a cobertura que lhe é de direito. Em viagens de carro ou ônibus escolher horário de menor trânsito e menos calor.

Preparando as malas
Evitar bagagem desnecessária. Não se esquecer dos documentos das crianças e do cartão de seu seguro saúde. Menores desacompanhados dos pais necessitam de autorização junto a Vara da Infância e Juventude e, em viagens ao exterior mesmo que acompanhados de um dos pais, também é necessário a autorização por parte do outro. Providenciar uma pequena mala ou mochila e estimular seu filho (a) a ter responsabilidade com a própria bagagem, porém, supervisionar e permitir em sua bagagem algum brinquedo pessoal. Levar roupas adequadas ao clima do local de destino. Sob orientação médica preparar um “KIT” medicação (antitérmico, antialérgico, anti-emético, repelente, protetor solar, curativos adesivados) e não se esquecer das medicações de uso pessoal contínuo. Lembrar de levar uma receita desses medicamentos, pois pode haver questionamento e retenção dos mesmos, caso não haja justificativa adequada para os estar portando.

Durante a viagem
Trajetos longos de automóvel necessitam de pequenas paradas para descanso e necessidades fisiológicas, aproveitar para oferecer líquidos e alimentos leves para as crianças. Nestes locais de parada prestar atenção em eventuais riscos de acidentes como atropelamentos no estacionamento e proximidade com a estrada, verificar também as condições de higiene local (lanchonete e restaurante). Providenciar atividades de “passa tempo” como jogos e estórias inventadas (a leitura pode ocasionar enjoos). Não se esquecer das regras de segurança no transporte de crianças. Em viagem de trem, navio ou avião disciplinar as crianças a respeitarem as regras de segurança de bordo. Estas instruções devem ser dadas com antecedência, em casa, pois querer a colaboração, principalmente de crianças pequenas, no momento em que a malcriação já está ocorrendo, certamente não surtirá efeito e será causa de bastante desconforto, tanto por parte de quem está recebendo, como por parte dos responsáveis pela criança.

“Lembro-me aqui de uma viagem de avião em que estava acompanhada de meus filhos, na época o menino com 15 e a menina com 9 anos. Nos sentamos juntos numa fileira de 3 poltronas e atrás sentou-se uma senhora com uma criança de uns 3 anos, bastante irrequieta. A primeira providência da dupla foi se instalar, cada qual no seu lugar, a mãe sacar uma revista de fofocas e o moleque começar a pisotear o encosto da poltrona da minha filha. Chamei a atendente e solicitei que falasse com a mãe para tomar providência para a criança parar. Depois de mais duas tentativas em vão, a atendente desistiu e nós seguimos incomodados. Imagine viajar com uma criança pisoteando seu encosto sem parar. Aí, meu filho virou para trás e pediu mais uma vez para mãe que tomasse uma providência e ela, vendo que se tratava de um rapazinho, disse muito arrogantemente que tratava-se de uma criança e que pouco podia fazer. Ele disse então que podia sim fazer algo: tocar a mãe de lugar com a sua irmã e o filho poderia assim, ir a viagem toda soqueteando as costas dela, afinal, ela era a responsável pela criança. Não sei muito bem o que ela fez, mas a criança depois disso, teve um ataque de choro, em seguida dormiu e deu paz a todos”. Bem resolvido esse meu menino.

No destino: aproveitar as férias, mas lembrar-se que a prevenção de acidentes não tem descanso. As atividades das crianças deverão ser supervisionadas por um adulto. Verificar os riscos locais (área rural, praia, metrópole, ecoturismo, esportes radicais) e orientar seus filhos, principalmente adolescentes em relação ao uso de álcool e drogas, ou eventual atividade sexual sem proteção.

Fonte: http://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/viagem-com-criancas/

Ricardo Jukemura – médico pediatra, colaborador do departamento científico da Sociedade Brasileira de Pediatria

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