Saúde Bucal na infância
A saúde bucal faz parte da saúde geral do indivíduo e a educação em saúde bucal deve iniciar-se nos primeiros anos de vida.
A utilização de medidas preventivas desde os primeiros anos de vida auxilia no desenvolvimento de hábitos saudáveis que contribuirão para a manutenção da saúde bucal dos indivíduos. Cuidados simples, como a escovação dos dentes, o uso do fio dental e visitas periódicas ao dentista, podem evitar as doenças mais comuns na cavidade bucal: a cárie e a doença periodontal. Se medidas de prevenção, como higiene bucal, utilização de fluoretos sob diversas formas e o controle da dieta, são desencadeadas tardiamente, quando um mau hábito já está instalado, o processo educativo fica dificultado.
Sabe-se que a alimentação participa da etiologia da cárie dentária, principalmente pelo seu conteúdo em componentes fermentáveis: rica em glicose e sacarose que, se permanecerem na cavidade bucal por um tempo de 5 a 15 minutos, induzirão à acidez do meio bucal, razão porque o aconselhamento dietético é importante na prevenção da cárie.
Mesmo antes do primeiro dente, não se deve acostumar o bebê com o uso de doces ou mesmo passar mel e açúcar mascavo na chupeta, porque poderá significar muitas lesões da doença no futuro, havendo uma relação positiva entre a prevalência de cárie e a dieta de alta cariogenicidade.
Além da adequação da dieta deve-se orientar os pais quanto aos aspectos de higiene e hábitos bucais e uso de fluoretos, considerando que existe também necessidade de treinamento das mães para que uma adequada higiene bucal de bebês e crianças seja realizada.
Até a década de 70, a única fonte de exposição sistêmica aos compostos fluorados era a água de abastecimento, mas no presente, o dentifrício fluoretado tem tido participação significativa, na redução da doença cárie.
Entretanto, o aumento da oferta de compostos flouretados encontrado nos suplementos vitamínicos, fórmulas infantis, alimentos e bebidas, vem-se observando o aumento de fluorose.
A fluorose dental é considerada um defeito na formação do esmalte e da dentina produzida pela ingestão crônica de quantidades excessivas de fluoretos de uma ou mais fontes; esta condição se caracteriza clinicamente pela pigmentação esbranquiçada ou acastanhada do esmalte dos dentes cujo espectro de mudanças varia desde um ligeiro padrão de manchas esbranquiçadas até a perda quase completa da porção externa do esmalte.
A fluorose é simétrica na boca, o dente já erupciona desta forma e afeta dentes homólogos, isto é, por exemplo, primeiros molares superiores do lado direito e esquerdo.
Assim sendo, cremes dentais não devem ser deixados à disposição das crianças, principalmente se forem de sabores atraentes, pois a chance de serem ingeridos, sem o conhecimento dos pais, é muito grande e suplementos contendo flúor, administrados somente sob orientação de um Cirurgião Dentista.
O maior incentivo para a adesão de uma criança aos bons hábitos alimentares e de higiene oral é o exemplo que recebe em casa. Alimentar-se bem, junto com as crianças, escovar os dentes juntos, incentiva que os pequenos adotem as mesmas práticas sem grandes contestações, pois uma vez os pais fazendo, torna-se natural para eles.
Até os nove anos de idade é responsabilidade dos pais supervisionar e escovar os dentes dos filhos ao menos uma vez ao dia, preferencialmente à noite, antes de dormir.
Saúde Bucal da Criança – Manual de Orientação para Profissionais e Estudantes da Area da Saúde
Prof. Dr. João Bosco Oliveira Ribeiro da Silva
Professor de Odontopediatria da UNIFENAS Especialista em Odontopediatria CFO Mestre em Educação – UNIFENAS Doutor em Odontologia (Odontopediatria) FO UFRJ
Prof.ª Drª Ivete Pomarico Ribeiro de Souza
Prof.ª Titular do Departamento de Odontopediatria e Ortodontia Universidade Federal do Rio de Janeiro
Prof. Dr Luiz Fernando Rangel Tura
Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva Universidade Federal do Rio de Janeiro
Prof. Adjunto do Departamento de Medicina Preventiva Universidade Federal do Rio de Janeiro
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