quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Ultrassonografia 4D e o desenvolvimento emocional do bebê


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Ultrassonografia 4D e o desenvolvimento emocional do bebê
Tive meu primeiro filho em 1993 e já era considerado um avanço enorme a gestante fazer três exames de ultrassonografia durante este período. O primeiro para confirmar a gravidez e ver a implantação do embrião, o segundo morfológico, para saber se o bebê estava se desenvolvendo adequadamente e um último, já próximo do final para ver amadurecimento de placenta, peso do bebê e se tudo também corria bem. Com sorte, conseguíamos saber o sexo do bebê, mas nenhum médico afirmava categoricamente se era menino ou menina. Eles escreviam assim: Sexo provável: masculino ou feminino.

Nós, mães e pais, nos sentíamos exultantes quando os ultrassonografistas nos mostravam em imagens borradas algo que se parecia com um bracinho, dedinhos, perninhas, coração, abdome, crânio, coluna, órgãos. Muitas vezes não entendíamos muito bem o que víamos, mas acreditávamos piamente no que o médico nos falava e reproduzíamos para os amigos e parentes: olha aqui, é o coraçãozinho dele (ou dela) e eles nos olhavam com ar incrédulo, mas quem vai desmentir uma grávida, certo?

Em 1999, na segunda gravidez não foi diferente da primeira. Três ultrassonografias, um pouco de dificuldade para saber o sexo do bebê (uma menina) e de resto, tudo igual.

Logo depois, começou uma fase nova, a do Ultrassonografia 3D, onde já se poderia ter uma ideia da fisionomia do bebê. Pensa bem, que avanço! Como eu tive apenas dois filhos, não fui contaminada por esta febre, mas imagino que muita gente deve ter ficado mortificada de vontade de ver a carinha do bebê antes mesmo dele nascer.

Achei tudo isto muito interessante e descobri para meu espanto que agora temos Ultrassonografia 4D. Trata-se da obtenção de imagens 3D sequenciais e com isto pode-se até perceber movimentos faciais complexos do bebê dentro do ambiente uterino. Uau! Que demais! Big Brother no útero!

Com o avanço desta área, uma grande incógnita que sempre rondou a cabeça dos curiosos, que era saber como se dá desenvolvimento fetal no que diz respeito aos aspectos sensorial-motor, cognitivo, afetivo e comportamental, começou a poder ser estudada.

O mais espantoso foi descobrir que os primeiros estudos apontam que os movimentos executados pelo bebê, dentro da barriga da mãe refletem o amadurecimento do seu Sistema Nervoso. Observou-se também que no curso da gestação, os movimentos fetais espontâneos são influenciados por muitos fatores externos, como, por exemplo, injeção de corticosteroide para maturação pulmonar, estresse emocional materno, alcoolismo e tabagismo.

Ai meu Deus, pronto, falei! O bebê reage intraútero a fatores externos. Que bom! Sinal que está vivo! Porém, isto não significa que precisamos entrar num frenesi de achar que tudo que é estresse da mãe vai prejudicar o bebê e fazer disso um cavalo de batalha. Vamos considerar situações de estresse mesmo, como possíveis fatores de prejuízo (nada muito provado ainda) ao bebê. Vou exemplificar: perda de um ente querido próximo, doença grave na família, guerra, violência doméstica, ambiente onde vive de violência diária, catástrofes, enfim, coisas deste tipo. O estresse do dia a dia, o bebê talvez nem perceba.

Além disso, o bebê pode mostrar reações a alterações em condições patológicas como o diabetes materno, hipertensão e a restrição de crescimento intrauterino.

Sendo assim, vida normal mamães! Cuidem de sua gravidez com muito carinho, mas sem neura. Relaxem o máximo que puderem, mas lembrem-se, gravidez não é doença. Façam os exames de rotina, um bom pré-natal, se preparem adequadamente, encham a barriga de carinho, criem laços de afeto com o bebê, que tudo dá certo no final.

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42302013000500016&script=sci_arttext

Avaliação do comportamento fetal por meio da ultrassonografia de quarta dimensão: conhecimento atual e perspectivas futuras

Hélio Antonio Guimarães FilhoI; Edward Araujo Júnior I,
Carlos Fernando de Mello JúniorI I;
Luciano Marcondes Machado Nardozza I;
Antonio Fernandes Moron I
I Departamento de Obstetrícia, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
II Disciplina de Radiologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB, Brasil

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